O presidente Jair Bolsonaro, como diria o velho locutor, está no que podemos chamar em uma sinuca de bico. Para salvar o seu mandato, ele está sendo obrigado a ir contra o discurso que sempre pregava quando era deputado federal. Bolsonaro declaradamente era contra os programas sociais do então governo do PT, como é o caso do Bolsa Família. No entanto, devido à crise econômica em que o país vive, o próprio presidente deve ter revisto os seus conceitos e analisado que o Brasil, por se tratar de um país em desenvolvimento, precisa sim de programas sociais eficientes e que garantam que as pessoas que vivem em estado de miserabilidade possam viver de forma digna. Nós de forma alguma somos contra o implemento de programas sociais em nosso país. O que questionamos é a forma em que o chamado Auxílio Brasil está sendo criado. Para garantir o pagamento dele, o governo optou em dar o chamado calote nos precatórios, que na prática é a dívida do governo com o cidadão. É mais ou menos, como se de repente, você tem uma dívida reconhecida e decide que não vai mais pagar e ponto. Há milhares de brasileiros com dinheiro a receber do governo e que agora vai ter que esperar para poder receber.
O ideal seria outra forma de resolver essa engenharia para realizar o programa de ajuda. Uma saída seria o simples corte de gastos públicos como os supersalários em todas as esferas que temos no país. Ainda não nasceu um governo para fazer a verdadeira mudança neste aspecto. Bolsonaro, por saber que estamos próximo ao ano eleitoral, escolheu o caminho mais fácil e não o caminho melhor para o país. Enquanto não forem cortado os gastos desnecessários da máquina pública seremos obrigados a conviver com essa polêmica.
Faltou ao presidente coragem de enfrentar o problema de frente e ao congresso também faltou coragem de mostrar a Bolsonaro que há outros caminhos a seguir para garantir dignidade ao povo brasileiro. Uma hora, com certeza, vai surgir um governante com pulso realmente forte para cortar privilégios e reverter o resultado para o povo. Ainda não vimos presidentes abrirem mão de cartão corporativo, deputados e juízes de direito, deixarem de lado os auxílios que vão de moradia ao paletó, em nome de programas sociais para o povo brasileiro. Quanto isso ocorrer, talvez, as coisas melhorem para todos. A questão que fica no ar é: Quando veremos essa nova realidade?