POLÍTICA

Vereadores aderem à luta de médicos do Samu

Na manhã de quarta-feira (16), na sala de reuniões da Câmara Municipal de Rondonópolis, estiveram reunidos vereadores, médicos do Samu, representantes do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed – MT), o secretário municipal de Saúde, Valdecir Feltrin, o Coordenador do Samu, Adriangelo Magalhães, o Comandante Regional do Corpo de Bombeiros, coronel Vanderlei Bonoto Cante e a diretora do Escritório Regional de Saúde, Geraldina Ribeiro . O objetivo foi discutir a atual situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que, de acordo com um dossiê protocolado na Casa de Leis, encontra-se caótica, com deficiências estruturais e no efetivo profissional. Na oportunidade, o diretor administrativo do Sindimed, Hemógenes Ferreira de Oliveira, que também é médico do Samu, apresentou um relatório com as carências da unidade do Samu no município e as reivindicações dos médicos.
Entre as diversas denúncias feitas por Hemógenes, está a de que apenas um funcionário está disponível para atender todas as chamadas da central de regulação do Samu que atende Rondonópolis, Jaciara e Primavera do Leste, havendo apenas uma linha telefônica para receber todas as ligações efetuadas para o 192. “O mesmo bombeiro que faz o serviço de telefonista também exerce a função de auxiliar de regulação e rádio operador”, afirmou o médico, destacando ainda as más condições da sala onde está instalada a central. “ Nem o banheiro anexo à esta sala existe, e esta é uma ordem do Ministério da Saúde”, falou o médico, acrescentando ainda as más condições de todo o prédio que abriga o Samu, inclusive o mofo e rachaduras na sala de descanso dos médicos.
O secretário municipal de Saúde esclareceu que o fato da unidade do Samu de Rondonópolis estar instalada dentro do Batalhão do Corpo de Bombeiros de Rondonópolis impede que qualquer investimento, com recursos do governo federal, sejam feitos pela prefeitura. “Nós tínhamos R$ 150 mil para investir na unidade, mas, para fazer isso, seria necessário desvincular Samu e Corpo de Bombeiros” , explicou Feltrin.
Entretanto, o coronel Bonoto contou que o Fundo de Requipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom) tem disponível em caixa R$ 630 mil que seriam disponibilizados para construir, na Região Salmen, mais uma sede do Corpo de Bombeiros, além da ampliação e adequação da central de atendimento do Samu. “O projeto já está na prefeitura e para ser executado está aguardando uma autorização do prefeito [José Carlos do Pátio] para dar início ao processo de licitação”, garantiu. Feltrin admitiu tal fato, no entanto, explicou que o prefeito ainda não teria liberado a licitação do projeto devido ao impasse que existe em torno da responsabilidade pela central de regulação do Samu. Segundo o secretário, existe um projeto para que se crie o “Samu 100% Estado”, que pretende centralizar toda a gestão do Samu em Cuiabá, ficando sob a responsabilidade do governo estadual. “Enquanto isso não for decidido não podemos correr o risco de fazer um investimento que depois não seria mais utilizado”, esclareceu.
A diretora do Escritório Regional de Saúde confirmou a possibilidade de mudança na gestão do Samu e falou ainda que, caso o projeto seja implantado, os médicos reguladores seriam encaminhados para o Hospital Regional, recebendo as orientações direto da capital do estado.
Na reunião, os médicos se mostraram contra o projeto. O médico Cleber Júlio Amorin explicou que a participação dos bombeiros nos serviços prestados pelo Samu é muito conveniente já que tratam-se de profissionais preparados para atender urgência e emergência, agilizando e colaborando com o atendimento médico.
Os vereadores também se mostraram contra a centralização do atendimento do 192 em Cuiabá. O parlamentar Hélio Pichioni, que também é médico, expôs as dificuldades que ele e seus colegas que trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS) em Rondonópolis, têm para conseguir uma vaga em Cuiabá através da central de regulação do sistema, que já funciona na capital. “Já vimos pacientes morrer lá na Santa Casa por falta de atendimento especializado em Cuiabá. Isso porque, tentamos todas as maneiras para conseguir uma vaga através da central, porém, não fomos atendidos”, relatou. Para Pichioni, passar a central de atendimento do Samu para Cuiabá seria um retrocesso.

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