EDITORIAL

Mais um capítulo para entrar na história

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)  que desobriga a prisão imediata de condenados em segunda instância é sem dúvida alvo de polêmicas e muitas discussões pela frente. O julgamento, independente do resultado, era necessário, pois precisava haver uma decisão final, até mesmo para balizar o trabalho dos juízes de primeira e segunda instância.

Vale destacar que não estamos analisando a decisão em si e sim que o STF, mesmo gerando desacordo, cumpriu o papel dele que era julgar e colocar o dedo na ferida. O resultado, apertado e contrário a prisão em segunda instância, vai ter reflexos imediatos, e um deles é o ex-presidente Lula que poderá sim, ser solto.

Lula cumpre pena em Curitiba, por ter sido, condenado em uma segunda instância e agora com essa decisão poderá recorrer, em liberdade.

No entanto esse é apenas um caso, há mais de cinco mil presos, que poderão ser soltos, muitos deles, com certeza, não são inocentes.  

Para muitos a prisão em segunda instância era um avanço ao combate da corrupção e criminalidade. No entanto, para outros a medida vai contra um dos pilares da constituição brasileira que é a presunção da inocência e a prisão antes do trânsito e julgado, seria uma afronta à Lei Principal do Brasil. 

A expectativa é que esse foi um dos últimos capítulos desta novela, que poderá sim, ter novos episódios; não no supremo e sim no Congresso Nacional. O motivo é que, em breve, deve começar a análise de uma Proposta de Emenda Constitucional que prevê uma mudança autorizando a prisão em segunda instância. Se a PEC passar muda-se de novo o entendimento da Justiça e se não passar fica tudo como está a partir de agora. 

Ou seja, essa discussão ainda deve ter mais caminhos pela frente e será em clima de Fla-FLu com debates pesados entre os contrários e favoráveis e tudo com um personagem como pano de fundo, o ex-presidente Lula. 

Por outro lado, é preciso destacar que o STF está ao menos mais transparente, todo e qualquer cidadão que quiser saber como votou cada um dos ministros pode saber e ainda de forma rápida, fácil e funcional. 

A vida e o voto dos 11 ministros estão expostos e com isso cada um de nós analisarmos e cobrar; o mesmo vale para os novos julgadores deste caso passarão a ser em breve, os nossos representantes no Congresso, em uma nova novela que pelo menos até o momento poderá e deverá ter um final imprevisível. 

Portanto é aguardar para ver o resultado dos próximos capítulos que teremos pela frente, enquanto isso ainda refletirá sobre a decisão do STF que deve ser respeitada. Afinal decisão da Justiça deve ser cumprida para manter vivos os princípios da nossa constituição.  

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo