Um projeto abraçado por produtores rurais de Santa Cruz do Xingu, em Mato Grosso, mostra que é possível aliar produção agrícola com preservação ambiental. Trata-se do reflorestamento por semeadura direta, uma técnica que pode ser decisiva para a recuperação da fauna e flora e para o fortalecimento dos ecossistemas que ajudam a proteger os rios.
É o que aponta a experiência relatada pelo engenheiro agrônomo e produtor rural Fokko Schwabe. Dono de uma propriedade de 1200 hectares, sem passivo ambiental, em Santa Cruz do Xingu, Schwabe aplicou a semeadura direta em suas terras na década passada e hoje comemora os resultados.
“O modelo funciona muito bem! O sistema de restauro de APP (Áreas de Preservação Permanente) com sementes nativas e plantio direto faz ressurgir a floresta e resgata a qualidade dos rios e os biomas. Graças ao restauro, animais silvestres, pássaros e mamíferos voltam a aparecer”, relata.
Schwabe conheceu as técnicas de reflorestamento há 15 anos, por meio do Instituto Socioambiental (ISA). Hoje ele é responsável, junto com outros produtores da região, pela Associação Xingu Sustentável (AXS). Uma das iniciativas da associação é a geração dos valiosos créditos de carbono por meio da implantação da muvuca, uma mistura de sementes nativas e adubação verde, nas APPs e áreas de Reserva Legal degradadas de fazendas no município.
Segundo Schwabe as práticas sustentáveis de reflorestamento trazem benefícios não só para o meio ambiente, mas para os produtores.
“As propriedades que têm passivo ambiental vão ter sua regularidade ambiental resgatada. O reflorestamento vai melhorar a qualidade de água na propriedade e vai enriquecer o seu bioma, seja de pastagens ou de cultura. Ou seja, vai valorizar sua propriedade como negócio”.
Da Redação (com Assessoria)