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Praça dos Carreiros e a valiosa colaboração histórica para o município

A Praça dos Carreiros está localizada na região central de Rondonópolis entre as ruas Dom Pedro e Rio Branco e as avenidas Amazonas e Marechal Rondon. Ela faz parte do contexto histórico da cidade, devido à localização estratégica se tornou um ponto de encontro, principalmente nos sábados e domingos, quando as pessoas vinham fazer suas compras. No local havia uma figueira que abrigava os carreiros que vinham à cidade e usavam o local para descansar.
Depois de um longo período, o lugar foi ocupado para a realização da feira livre na localidade. “A 1ª praça é a dos Carreiros, nós tivemos uma experiência, havia tipo uma pequena feira, bem na região onde nós temos a Avenida Otávio Pitaluga com a Marechal Rondon, a cidade na década de 60, onde mais da metade dos moradores era da zona rural, tinham muitas colônias em volta, Mata Grande, Vila Paulista, Naboreiro, Campo Limpo, Cascalhinho, várias colônias que formavam o distrito. Veio a experiência da feira e já tinha esse espaço da Praça dos Carreiros no fim da rua, onde é a dom Pedro II que era a rodovia já pegava a Santa Cruz para ir a Cuiabá,” comenta a historiadora.
Os pioneiros narram que na Avenida Otávio Pitaluga onde tinha pequena feira havia uma mangueira que acabou sendo cortada pelo prefeito, Luthero Lopes. “Nesta primeira feira, havia uma mangueira no meio da rua, para o engenheiro Luthero Lopes era impossível administrar uma cidade que tinha uma árvore no meio da cidade, assim, ele cria a Praça dos Carreiros, no ponto aonde os carreiros já vinham para os animais descansarem e fazer comida. O nome da praça fica em homenagem a eles,” comenta a historiadora.
Laci comenta que por muito tempo a feira foi realizada na Praça dos Carreiros. No entanto com a mudança da Prefeitura para Vila Aurora em 1979, a feira também foi transferida para um espaço construído para ela no bairro. Um monumento histórico do local que traz lembrança a historiadora é o coreto. “Tinham atividades culturais, haviam festivais, programas, tudo era feito nas praças dos carreiros nos anos 80. Lembro que tinha um programa que chamava Prata da Casa que valorizou muito, os discursos políticos, um período riquíssimo da Praça dos Carreiros,” relembra Laci.
Ela ressalta que o mais correto seria manter o coreto com a reforma de revitalização da Praça. “O coreto tem que continuar, não sei o que diz a proposta da reforma, nós temos uma cultura simbólica. O coreto remete ao período em que as pessoas se reuniam em torno dele, possibilita a vida social, o bate papo, não é o símbolo ao esmo. Coreto traz a memória de um povo que se reúne, em minha opinião, seria um crime contra o patrimônio histórico retira-lo dali,” destaca a historiadora.
Quando acontece o ‘boom’ no município, a Praça ganha o ponto de ônibus que permanece até os dias atuais. “Quando tem esse ‘boom’ é feita a revitalização e o espaço passa a agregar o ponto de ônibus,” relata.
Com o passar dos anos, a Praça acabou perdendo a importância que teve em outros tempos. “Esse abandono vem de 15 anos para cá, dependeu muito das administrações, também pela marginalização, houve tentativas de voltar a ter esse prestígio, mas não arrebanha mais tanta gente,” comenta Laci.
Ela destaca que a inserção do carro de boi na Praça recentemente foi uma conquista “Colocar o carro de boi é uma resposta de luta que remete a história da cidade, enriquece o nosso patrimônio, que é a Praça dos Carreiros,” conclui Laci.

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