É indiscutível que o mundo foi afetado pela pandemia. E uma das áreas mais afetadas foi a educação, como nunca havíamos passamos por esse momento de privação total de contato, tivemos que buscar medidas que pudessem sanar um pouco os possíveis prejuízos que as crianças, jovens e adultos teriam com esse afastamento social.
Nesse sentido, os educadores se uniram e começaram a buscar soluções, em contrapartida os professores iniciantes se virão perdidos, pois mesmo com os estágios obrigatórios da Universidade não se pode comparar com a prática que vivenciamos em sala de aula. Dessa forma, os professores iniciantes além de se deparar com os desafios da pandemia, tiveram que enfrentar seus próprios medos de estar na escola pela primeira vez como profissional, a insegurança, como seriam recebidos pelo corpo docente, como construir relatórios a partir das devolutivas dos pais.
Algumas inseguranças são comuns quando estamos iniciando nossa carreira docente, e acabou sendo ainda mais reforçada devido a pandemia, como estávamos trabalhando remotamente, não teria forma de saber se o trabalho estava sendo bem executado ou algo deixava a desejar. Mas, a equipe gestora faz toda a diferença, quando ouve e acolhe os anseios do professor iniciante, e consequentemente quando os colegas de trabalho se unem para ajudar uns aos outros, pois assim os professores iniciantes vão percebendo que em algum momento todos já se sentiram assim. Claro que, nunca havíamos passado por um período pandêmico como esse, então mesmo que os anseios fossem os mesmos acabaram se intensificando, e além disso algumas professoras iniciantes não são adeptas a tecnologias foi evidente que devido as circunstâncias tiveram que se adequar. Aliás não apenas as professoras iniciantes, mas todos os profissionais que trabalhando na área da educação, essa nova modalidade de ensino híbrido veio para nos apontar o quanto é urgente investirmos na educação tecnológica dos profissionais e sem esquecer dos equipamentos também.
Compreendendo toda a complexidade do momento atual e como a escola se posiciona frente ao que é apontado pelos professores iniciantes, percebemos que ainda assim há um descaso para com esses profissionais, seja por falta de formação adequada, ou uma reflexão sobre a práxis, afinal muitos ficaram desamparados de informação, e até mesmo empatia. Com o retorno gradual das aulas essa situação ficou ainda mais evidente, aumentando ainda mais a ansiedade daquele professor que nunca havia ministrado uma aula, afinal agora a responsabilidade era maior, e a junção dos medos existentes e uma insegurança de como conversar com os pais, além da constante sensação de se sentir sozinha. Pois quando adentramos em algumas Unidades escolares os funcionários já se conhecem e a equipe já tem seus grupos de trabalho formados, nesse sentido também há uma sensação de invasão.
Portanto, para que possamos diminuir os reflexos que a pandemia ocasiona e os anseios pré-existentes na carreira do professor iniciante cabe a equipe gestora ser acolhedora, e promover ações que possibilitem a integração deles na equipe, pois além de inseri-los estará fortalecendo os laços daqueles que permanecem na sua equipe. Quando promovem ações como essa o professor iniciante vai percebendo que não está sozinho, e que pode contar com a ajuda dos seus colegas de trabalho, nesse momento de pandemia foi o que mais percebemos que não estamos sozinhos, e podemos contar uns com os outros.
Contudo, podemos perceber que alguns desses medos sentidos pelo professor iniciante não serão resolvidos pela gestão escolar, ou mesmo pelos colegas de trabalho e sim pela prática em sala de aula que vão criando confiança e descobrindo na sua própria jornada, qual o melhor caminho de tecer a educação, mas não podemos negar que a junção dessas medidas faz a diferença na vida do professor que está iniciando na docência, principalmente em tempos de pandemia.
Professoras da Rede municipal de educação de Rondonópolis, Andreia Paula de Oliveira, Daiane Cristina da Silva, Fabiani Dias dos Santos, Vânia Silveira de Souza.
