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terça-feira, novembro 26, 2024

Produtos orgânicos de Mato Grosso no Salão do Turismo em S. Paulo

São Paulo, SP – A castanha do Brasil, guaraná em pó, um gostoso café e o melado de cana-de-açúcar chamam a atenção do público que passa pelo 3º Salão do Turismo, em São Paulo, pela sustentabilidade com que são produzidos – são todos orgânicos – e demonstram que a atividade ganha mercado a cada dia e possibilita às pessoas que estão inseridas no processo produtivo, renda e a integração da agricultura familiar ao turismo brasileiro. Esses produtos estão sendo apresentados no Salão do Turismo por duas cooperativas de agricultores familiares, que reúnem juntas, mais de sessenta famílias de municípios do Norte de Mato Grosso.
A Cooperativa dos Agricultores Ecológicos do Portal da Amazônia – Cooperagrepa – desenvolve a atividade sustentável com matéria-prima da região em 11 municípios e de acordo com a diretora comercial, Gelsí Siviero, os produtos tem tido excelente aceitação no mercado, tanto que a cooperativa já exporta melado de cana e açúcar mascavo para a Áustria e está negociando a exportação de castanha do Brasil e açúcar para a Itália.
“O que traz um grande diferencial nesses produtos, além do fato de serem orgânicos, é que os agricultores participam de todo o processo de produção, desde a coleta ou colheita até o empacotamento. Os produtos já saem dos núcleos de produção prontos para o mercado e dentro do equilíbrio ecológico”, observou Gelsí.
Além dos cinco produtos que estão no mercado de Cuiabá, Belo Horizonte, Curitiba e em São Paulo, a Cooperagrepa também produz alimentos para abastecimento das próprias comunidades rurais. A produção vai desde verduras e legumes, a leite, frango, frutas e doces, que pode ser encontrada tanto nos supermercados locais da região quanto na merenda escolar.
O trabalho da Cooperagrepa tem incentivo dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, além das prefeituras, Governo de Mato Grosso e Sebrae, que trabalhou com os cooperados o desenvolvimento da marca Bioagrepa e as embalagens elaboradas também dentro de um conceito de sustentabilidade.
O desafio da Cooperativa agora é consolidar o mercado interno brasileiro, com a expansão de pontos de distribuição em grandes cidades, como São Paulo, e no exterior. No mês de maio, representantes da Cooperagrepa participaram de uma das maiores feiras de alimentos no mundo, a Foodex Japan, onde apresentaram os produtos orgânicos e trabalharam a prospecção de mercados como o da Coréia do Sul, por exemplo. Para expandir a exportação, a Cooperagrepa é a primeira cooperativa brasileira a integrar-se à Cooperativa Sem Fronteiras, entidade presente em nove países, que trabalha com produtos orgânicos e tem forte presença no mercado europeu, especialmente, o italiano.
No Salão do Turismo, a exposição de produtos orgânicos integra o Mercado da Agricultura Familiar, espaço dedicado à exposição do trabalho de dezenas de associações e cooperativas em todas as regiões do Brasil. O espaço foi ampliado neste ano e serviu de estímulo para que agricultores familiares possam mostrar como é possível de forma sustentável retirar o sustento da natureza sem prejudicá-la.
A castanha do Brasil também é o sustento de 35 pessoas que integram a Cooperativa de Extração de Castanha do Brasil (Cecab), sediada na cidade mato-grossense de Alta Floresta, no Norte do Estado.
Participando pela primeira vez do Salão do Turismo, a Cecab está apresentando as inovações criadas pra agregar valor a um dos produtos símbolo da Amazônia, a castanha do Brasil. Com sabores de alho, orégano, cebola, defumada, picante, alho e cebola, ‘in natura’, ‘in natura’ triturada, a castanha do Brasil ganhou inovações para, conforme afirma o presidente da Cecab, Albino dos Santos Filho, trazer mais valor a um produto que gera sustento a centenas de famílias da região.

“Quando começamos nosso trabalho, a intenção sempre foi a de trabalhar mais a conscientização do que pode ser retirado da natureza sem prejuízos, com intuito mais social do que lucrativo”, explica Albino Filho ao destacar que dos 35 cooperados, 30 são mulheres.
Ao demonstrar os produtos ao público, os cooperados da Cecab fazem questão de explicar todo o processo de coleta, seleção, tratamento da castanha e embalagem. Das castanhas que não estão próprias para consumo, a cooperativa aproveita na produção de ração para peixes e pássaros.
O mercado de produtos orgânicos, antes restrito apenas às hortaliças, engloba a cada ano mais produtos, a exemplo do trabalho das cooperativas de Mato Grosso que apresentam orgânicos no Salão do Turismo. Frutas diversas, erva-mate, cachaça, grãos como soja, arroz e café e açúcar mascavo, castanhas começam a despontar como opção para milhares de consumidores brasileiros e estrangeiros. O Brasil ocupa hoje a quinta posição mundial em produção de orgânicos, com uma área plantada de 803 mil hectares. São estimados em todo o País 14 mil produtores voltados ao cultivo agroecológico.
Com um crescimento estimado de 30% ao ano, o setor no País acompanha a evolução do mercado de orgânicos no mundo, que vem movimentando anualmente US$ 27 bilhões. Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontam que em 2010 o País deverá movimentar US$ 3 bilhões apenas com produtos livres de agrotóxicos.
Se considerada a área com extrativismo sustentável de castanha, açaí, pupunha, látex e outras espécies das matas tropicais no cálculo da área ocupada com orgânicos, o Brasil salta para a segunda posição mundial, com 6,5 milhões de hectares de terras nesse sistema de produção.
Redação ASCOM

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