Brasil está carente de profissionais capacitados

foco e o volume de dinheiro gasto no Brasil em Ciências Sociais mostram um desequilíbrio grande em relação a outras áreas de conhecimento em que há carência de profissionais, provocada, sobretudo, pela inserção do Brasil na economia global nos últimos anos.
A avaliação foi feita ontem pelo presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Braga Arcuri, em painel promovido pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) sobre o tema "A política de formação e capacitação de recursos humanos frente à política de desenvolvimento produtivo".
Segundo Arcuri, o Brasil precisa investir em inovação tecnológica, já que o país voltou a ter demanda maior que a capacidade do país em formar profissionais em alguns setores, como engenharia.
– À medida que as máquinas vão sendo incorporadas ao processo cotidiano de produção, o trabalhador tem que ter um nível mais específico de qualificação, e isso acaba sendo feito pela própria indústria, dada a velocidade com que ela necessita desses trabalhadores – afirmou.
Presidente da comissão, o senador Fernando Collor (PTB-AL) observou que o Brasil tem demanda em nível superior e técnico e que o país não tem mais tempo de "continuar discutindo métodos". O processo de educação a distância, segundo ele, exige profissionais com capacidade de decodificar o que está sendo passado aos alunos.
– Os professores precisam ser qualificados e ter salário compatível com o magistério – afirmou o presidente da CI.
O painel também contou com a participação do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho; do deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR); e do presidente do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski.
Carvalho Filho, do CNPq, lembrou que o Brasil forma anualmente cerca de 30 mil engenheiros, número bem abaixo do verificado em países como Rússia (190 mil), Índia (220 mil) e China (650 mil). Embora o Brasil esteja em 13º lugar na produção de conhecimento global, à frente da Holanda e da Rússia, no caso de engenharia o país ocupa a 21ª posição.
Fonte:Jornal do Senado