AMM sugere criação de fundo para investir na indústria de MT e reduzir exportação “in natura”

O modelo de exportação de commodities in natura que alavancou a econômica de Mato Grosso nas últimas duas décadas já cumpriu seu período e deve ser substituído, no médio prazo, pela industrialização ao menos parcial da produção. A sugestão partiu da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) com base em estudo da RC Consultores, coordenado pelo doutor em economia Paulo Rabello de Castro, como “Reprogramação Estratégica do Desenvolvimento do Estado”.
O trabalho foi apresentado pelo presidente da AMM, prefeito Neurilan Fraga (PSD), de Nortelândia, com os economistas Vivaldo Lopes e Maurício Munhoz Ferraz, e jornalista Onofre Ribeiro. “Estamos propondo um plano de industrialização de Mato Grosso. Queremos uma máquina pública eficiente, com despesas controladas, em um Estado enxuto, leve e ágil”, argumentou ele.
A proposta da AMM é que seja criado um Fundo de Investimentos para atrair a agroindústria. Hoje Mato Grosso deixa de arrecadar R$ 2,5 bilhões com a Lei Kandir, que isenta de ICMS produtos primários e semi-elaborados para exportação, e recebe de volta cerca de R$ 400 milhões, sempre com atraso.
“É essencial a industrialização das nossas commodities. A economia de Mato Grosso não pode continuar sustentada na produção primaria. Isso significa verticalizar a produção, agregar valor, gerar emprego e renda; e tributos para o Estado”, justificou o presidente da AMM.
A tese é de que o fundo seja criado a partir da taxação em 5% de toda a produção primária exportada no Estado, como soja, arroz e milho, entre outros. A arrecadação seria investida na industrialização dos produtos de forma regionalizada, de acordo com a aptidão econômica de cada polo, até que Mato Grosso atinja 60% de sua produção industrializada no Estado, num prazo mínimo de 10 anos.
“A industrialização trará resultados para o próprio produtor, que vai agregar valor a sua produção, além de contribuir para a transformação do modelo econômico do estado, gerando mais oportunidades para a população”, ponderou Vivaldo Lopes.
“O estudo mostra a necessidade de uma serie de medidas que o governo de Mato Grosso possa tomar para ser eficiente, de foram que sobre recursos para aplicar na saúde, educação e segurança, além da logística de transporte. É um dos fundamentos do plano”, completou Neurilan Fraga. Ele disse que a proposta é para dar início a uma discussão que pode levar mais algum tempo e que os dados técnicos servem para enriquecer o debate.
Fonte:OlharDireto.