Faltando pouco menos de um ano para o processo eleitoral deste ano, os grupos em Rondonópolis aos poucos começam a se organizar, e em muitos casos, é chegada dentro do espectro da política o momento de separar o joio do trigo. Ocorre mais ou menos assim: quem tem uma linha de pensamento próxima deste ou daquele grupo acaba declarando apoio e, por fim, na realidade, apoiando mesmo. No entanto, está muito claro que o debate, que interessa à maior parcela da população, que é o futuro e desenvolvimento da cidade, está ainda muito raso. Os pré-candidatos e os grupos, pelo visto, não estão debatendo a cidade e sim o que ocorre fora da cidade e, principalmente, as questões ideológicas, envolvendo a esquerda e a direita. Infelizmente, não se vê ainda nenhum pré-candidato mostrar ou apresentar soluções para problemas crônicos da cidade. Um exemplo bem claro é a situação dos moradores de rua. Não estamos vendo nenhum representante da esquerda dizer o que pensa ou o que pode ser feito para resolver ou amenizar o problema, e, em contrapartida, nenhum nome do centro ou de direita também tem se manifestado diante de um problema crônico e grave, que cidades médias como Rondonópolis vivem.
Outro detalhe, que pelo menos até agora, não entrou em discussão, é uma política municipal de combate às drogas. Trata-se de um tema que dificilmente é tocado nas disputas municipais e está presente na cidade há anos. Está certo que, em partes, esse problema tem relação com a esfera federal, mas o município tem sim seu campo de participação e atuação neste setor, que é extremamente delicado e sério. O combate às drogas começa nas creches, nas escolas e até mesmo nas casas, e pode ser atrelado à saúde. O trânsito é outro setor que parece ser esquecido no debate atual, que, pelo visto, está concentrado em críticas pessoais e não no que cada um pode realmente apresentar de melhor para a cidade e nossa população. Até agora, ninguém sabe o que pensa e como devem agir os pré-candidatos que estão colocados diante de uma questão tão séria e que tem tirado muitas vidas, que é o trânsito de Rondonópolis. O que se vê no momento é um candidato apontando o dedo para o outro e mostrando o que cada um tem de pior. Infelizmente, propostas para a cidade ainda estão em segundo ou até mesmo terceiro plano.
Reconhecemos que as propostas devem aparecer quando a campanha de fato começar, mas entendemos que o momento pode ser de apresentar o que cada um tem ou pode oferecer para a cidade. Nessa toada, podem esperar: não teremos uma eleição de propostas ou debates e sim uma eleição pesada e voltada para ataques pessoais e a política do ódio. Portanto, fica o alerta para quem está disposto a entrar na disputa deste ano, que tal, por exemplo, focar no debate de Rondonópolis e não no radicalismo que vimos e, pelo visto, estamos vendo dentro da política. Ainda dá tempo de virar esse jogo.
Fonte: Da Redação