Polícia diz ter encontrado pertences de indigenista e jornalista desaparecidos na Amazônia

Autoridades brasileiras disseram ontem (12/6) que encontraram objetos pessoais do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, que desapareceram no final de semana anterior no interior do Amazonas.
A polícia disse que foram encontrados botas, calça, chinelo e um cartão de saúde de Bruno, e uma mochila e botas de Dom. Bombeiros disseram que também foi encontrado um notebook e sandálias.
Os pertences estavam amarrados em uma árvore em uma área de igapó (região alagada da Amazônia) que fica no trajeto onde Bruno e Dom desapareceram.
Ambos sumiram no dia 5 de junho quando se deslocavam no Rio Itaquaí, entre a comunidade de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no extremo oeste do Amazonas, perto da fronteira com o Peru.
A região fica no limite do Vale do Javari, que é conhecido por abrigar o maior número de indígenas não-contatados do mundo.
A área também é conhecida por intensos conflitos envolvendo indígenas, garimpeiros, madeireiros, narcotraficantes e pescadores ilegais.
Até o momento apenas uma pessoa foi presa por suspeita de envolvimento no desaparecimento do indigenista e do jornalista britânico. O acusado é o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado", mas até o momento a polícia não forneceu detalhes sobre qualquer relação entre ele e os desaparecidos.
"Pelado" foi preso com drogas e munições de uso restrito de autoridades. Houve relatos de que ele estaria ameaçando indígenas que trabalham nas buscas.
No sábado a agência Pública, especializada em jornalismo investigativo, divulgou trechos do depoimento do pescador na audiência de custódia. Ele disse que foi agredido e torturado pelos policiais para admitir participação no desaparecimento de Bruno e Dom Phillips.
Da Redação (com informações da BBC/Brasil)