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sábado, novembro 23, 2024

Plano revela que mulheres de Mato Grosso recebem 35% menos que homens

As mulheres representam quase metade da população de Mato Grosso e no serviço público estadual chegaram a ocupar 54% dos cargos, conforme dados da Secretaria Estadual de Administração de março de 2014. O rendimento médio mensal dessas mulheres, no entanto, continua 35% inferior ao dos homens. Os dados fazem parte do Plano Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, que traçou um perfil das mulheres que vivem em Mato Grosso.

Elaborado pelo Conselho Estadual de Direitos da Mulher, presidido pela Defensora Pública Rosana Leite Antunes de Barros e apresentado à sociedade na última semana, o plano tem por intuito reduzir os índices de violência doméstica, bem como a discriminação da mulher, por meio de um diagnóstico preciso do gênero e dos municípios onde os números de violência doméstica são mais altos.

De acordo com dados apresentados no plano, em 2010 as mulheres representavam 49,43% da população do Estado, sendo que em Cuiabá, Várzea Grande, Barra do Garças e Araputanga já superavam os homens. Quanto a faixa etária, a predominante é entre 20 e 24 anos, seguida de 15 a 19. “Revelando uma fase de plenos compromissos com a educação, finalizando dois ciclos importantes, o ensino médio e superior, fase mais apta para entrar no mercado de trabalho”, diz trecho do documento.

Já em relação ao serviço público estadual, em 2014 o Estado contava com 29.435 servidoras e 3.267 mulheres em cargos comissionados, de um total de 5.986. Até outubro do ano passado, entretanto, dos 42 principais órgãos e entidades do Estado, só existiam três mulheres em cargos de direção.

Além disso, mesmo com a expansão de 3,2% da força de trabalho feminina nos últimos dez anos, contra 1,8% dos homens, enquanto o rendimento médio mensal deles subiu de R$ 1.326,22 para R$ 1.646,12, o delas passou de R$ 893,79 para R$ 1.078,39. Os números fazem parte de um estudo da Secretaria Estadual de Planejamento, apresentado em setembro de 2011 e corrigido pelo INPC/IBGE.

“Esses dados mostram que nos papeis decisivos a mulher ainda não é indicada como tomadora de decisão de políticas públicas e se as mulheres já provaram que desempenham as mesmas funções, com os mesmos cuidados, ou as vezes até maiores, não há motivo para essa discriminação. Isso só pode mudar com fiscalização e solidariedade”, ressaltou a Defensora.

O plano foi elaborado com base em seis eixos, sendo eles diagnóstico, educação, saúde, trabalho, violência e gestão e monitoramento e após os ajustes propostos em audiência pública realizada no último dia 30 será entregue ao Governo do Estado.

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