A Polícia Federal (PF) confirmou hoje (22) a prisão temporária do homem identificado como Ivan Rejane Fonte Boa Pinto. Pelas redes sociais ele disse que iria "caçar" integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e lideranças de esquerda. A prisão foi solicitada pela própria PF e autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
No pedido de prisão, a própria PF alertou para o risco de Ivan promover "ações violentas" diretamente ou com a adesão de voluntários, "mediante inclusive a 'luta armada'", com o objetivo de destituir os ministros de suas funções.
Ivan, que nas redes sociais se apresenta também domo "Terapeuta Ivan" ou "Terapeuta Papo Reto", Ivan é simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi preso em Belo Horizonte (MG). Em 2020, ele chegou a se candidatar a vereador com o nome "Ivan Papo Reto". Na ocasião, era filiado PSL (Hoje, União Brasil), antiga legenda de Bolsonaro, e obteve somente 189 votos.
Em vídeos divulgados na internet suspeito cita o feriado de 7 de setembro e faz ameaças diretas a ministros, ao ex-presidente Lula, à presidente do PT, Gleisi Hoffmann e ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB/RJ). Ele também ameaça filhos e outros familiares de magistrados do STF.
Além da prisão, a Polícia Federal também cumpre mandados de busca e apreensão em dois endereços de Ivan, um em Belo Horizonte e outro em Esmeraldas (MG), na região metropolitana da capital mineira.
A diligência ajudará a investigação a descobrir "quem se articula" com Ivan e o "respectivo nível de engajamento das pessoas que podem estar em torno do fato", identificando quem aderiu ou pretendia aderir aos planos do youtuber.
LIBERDADE
Ao autorizar a prisão de Ivan, o ministro Alexandre de Moraes manda um recado a grupos extremistas que planejam atos para o feriado de 7 de Setembro. À pessoas próximas, o ministro tem dito que ameaças e ataques como os proferidos por Ivan não serão tolerados e que acompanha de perto as movimentações para o feriado.
Na decisão, o ministro relembrou que a liberdade de expressão não é escudo para a prática de discursos de ódio, antidemocráticos e ameaças e agressões contra as instituições. Sem citar nomes, Moraes frisou ainda que a Constituição não permite a propagação de discursos de ódio e ideias contrárias ao Estado Democrático de Direito por "pré-candidatos e seus apoiadores".
“Liberdade de expressão não é Liberdade de destruição da Democracia, das Instituições e da dignidade e honra alheias! Liberdade de expressão não é Liberdade de propagação de discursos mentirosos, agressivos, de ódio e preconceituosos!", destacou Moraes.
Da Redação