O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou pessimismo, nesta terça-feira (29), após o PMDB anunciar o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff numa reunião que consumiu apenas três minutos.
Segundo interlocutores, Lula avalia que a única saída é investir no corpo-a-corpo, na negociação direta com os parlamentares, mas diagnosticou dificuldades de deter o impeachment de Dilma depois de assumir diretamente o papel de articulador do governo.
Nas conversas, deputados oferecem resistência ao apelo para que votem contra o impeachment da presidente. Essa rejeição preocupa Lula. Em alguns casos, a atuação dele como articulador dificultou a abordagem de parlamentares.
Ainda segundo aliados, Lula ficou assustado com a falta de defensores do governo na reunião do PMDB e está decepcionado com peemedebistas de quem esperava suporte, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o ex-governador Sérgio Cabral Filho.
Em busca de alternativas, petistas e representantes de movimentos sociais traçaram a estratégia de questionar na Justiça a legitimidade do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para presidir o processo de impeachment. Os apoiadores do governo entrarão com ações populares em diferentes estados do país. No Rio, a operação ficará a cargo do deputado Wadih Damous (RJ). "Haverá ajuizamento de ações populares em todos os estados. Não usaram essa estratégia para impedir que Lula seja ministro?", afirmou.