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sábado, novembro 23, 2024

Perdendo Gordura

Emblematicamente, dentro de mais uma ação que entrelaça assuntos de governo, e agora pessoais, com situações plenamente políticas e eleitoreiras, a presidente Dilma Roussseff (PT) reapareceu publicamente nos últimos dias supostamente com exatos 13 quilos a menos, o mesmo número do seu partido nas urnas. Se foi mais uma tentativa de marketing de João Santana, o publicitário preferido de Luis Inácio Lula da Silva, desta vez não deu certo porque o que estão dizendo pelos corredores do Senado Federal e da Câmara dos Deputados é que Dilma literalmente está ‘perdendo gordura’ como não havia sido em nenhum outro momento de sua presença a frente da República. O que parecia inimaginável até pouco tempo atrás está ocorrendo, o PMDB, partido que tem o vice-presidente de Dilma, Michel Temer, e sempre foi o principal aliado de Lula em toda era de poder do PT até agora está se afastando da presidência. Na figura de Renan Calheiros, o presidente do Senado, desgastes políticos estão se tornando públicos entre os dois partidos, fazendo com que a situação da presidente, que já está difícil com tanta gente Brasil à fora querendo seu impeachment, a própria corrupção da Petrobrás e tantos outros arranhados, fique ainda mais difícil. Se politicamente está difícil articular, a presidente ao menos tenta readquirir o prestígio popular com a defesa do governo com suas próprias palavras na TV. Não dá para se saber se a dificuldade que Dilma está tendo de sair de assuntos polêmicos é em virtude de más estratégias de sua assessoria ou se é resultado da sua própria incapacidade pessoal de ser verbalmente competente. Isto se exemplifica, na última que tentada por ela de colar o desgaste da corrupção bilionária da Petrobrás nas costas do ex-presidente da república e último não petista no poder, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que deixou a cadeira maior do país em 2002. O tiro saiu tanto pela culatra que serviu de chacota em sites e programas humorísticos e serviu de base para o próprio FHC ‘avacalhar’ com Dilma em sua conta pessoal no facebook. Correligionário de Cardoso, o senador Aécio Neves (PSDB), derrotado nas urnas no ano passado para Dilma, aproveita a maré ruim adversária para surfar em ataques a presidência a cada nova sessão, porém, o faz com demasia e às vezes parece apenas revolta pessoal de derrotado. Nos últimos dias, Calheiros e seus aliados admitiram a possibilidade de derrubar o indicado por Dilma para a substituição de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal – STF. O que não ocorre com freqüência teve de acontecer e Michel Temer (PMDB) teve de intervir e pôr panos quentes na situação. A cúpula peemedebista sentou com Dilma e ficou acertada que uma vez por semana a presidenta falará com a base aliada, na tentativa de melhorar a relação com o Congresso. O que saiu na imprensa, no entanto, como enfoque principal nas principais matéria, foi a ausência de Renan na conversa com Dilma. O impeachment, na prática, parece algo longe de ocorrer e as manifestações populares se realmente ganharem forças e foram constantes nos próximos meses anos podem sim ter algum resultado prático, mas só nas eleições de 2018. Internacionalmente falando, a revista ‘The Economist’, uma das mais importantes e influentes do mundo econômico, disse que o Brasil está em queda livre no mercado financeiro e exemplificou na capa uma mulata vestida para o carnaval mergulhada em um mar de lama. Certamente que uma publicação como esta dificulta acordos do país com o exterior e enfraquece o poder de negociação do país mais rico da América Latina. Internamente, o preço da gasolina enfraquece o poder de compra dos cidadãos e o medo em relação a recessão começa a se transformar em agonia. Lula, nes – te momento, encontra-se fora dos holofotes e não se sabe se engordou ou emagreceu, como ocorreu com Dilma. Sabe-se menos ainda se as investigações da operação Lava Jato alcançará ao menos seus calcanhares, o que é bem pouco provável. Na grande mídia, fica difícil saber o que é efetivamente verdade e o que são meias verdades. Fato indiscutível é que o Brasil e o PT nunca estiveram tão mal nos últimos anos como agora.

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