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domingo, novembro 24, 2024

Percival, Nininho, Pátio e Sachetti Principais nomes para prefeito em 2016 vivem dilemas pessoais e políticos

As votações para definir quem vai ser o prefeito de Rondonópolis de 2017 até 2020, em pleito marcado para outubro de 2016, ainda tem mais de um ano para acontecer. O que parece ser muito tempo, no entanto, apequenasse na análise do tamanho dos problemas que todos os principais nomes em pauta para a disputa vivem na vida pessoal ou política para viabilizar e oficializar suas candidaturas. O atual prefeito Percival Muniz (PPS), ainda não oficializou se vai mesmo disputar a reeleição, assim como os ex-prefeitos José Carlos Junqueira de Araújo, o Zé do Pátio (SDD), e Adílton Sachetti (PDT), que não garantiram sequer a chance de ir para o embate. Já o deputado estadual Ondonir Bortolini, o Nininho (PR), tem seu nome defendido por correligionários, mas não sinalizou com nenhuma posição fixa.
O que pode parecer cena política para alguns, ou mesmo tentativa de ‘valorizar o passe’, na verdade pode realmente ser indecisão real, haja vista que todos os obstáculos em jogo não são problemas simples de serem transpassados. O atual prefeito, por exemplo, tem insistentemente mostrado em conversas de bastidores uma tremenda insatisfação e falta de paciência com o cargo de prefeito, embora tenha se animado um pouco mais, recentemente, quando conseguiu destravar as contas municipais e recebeu do Governo Federal mais de R$ 50 milhões para asfaltar bairros, além de ter aprovado a construção de uma ponte de concreto no Rio Vermelho, no final da Lions. Acontece que, para muitos, a administração de Percival acordou tarde e o desgaste de dois anos de ‘pouco movimento’, talvez com exceção da área da saúde – que ganhou atendimentos de terceiro turno – sejam suficientes para dar um prejuízo eleitoral muito perigoso. A dúvida fica entre o fato de que se Percival, que já admitiu ter passado nos últimos anos por um início de depressão, vai se sujeitar a mais um desgastante processo eleitoral, depois de mais de 30 anos de carreira política, e com uma onda de críticas que terá de surfar para amolecer o exigente eleitorado local.
Indicado em algumas pesquisas prévias como o nome mais bem avaliado atualmente entre a população, o atual deputado federal e ex-prefeito Adílton Sachetti (PSB) é tido como quase unanimidade política se, eventualmente, construir um projeto eleitoral. Muito próximo ao senador e megaempresário Blairo Maggi (PR), Sachetti também não encontraria problema para estruturar economicamente uma boa campanha, já que os ‘parceiros’ que estão fomentando seu nome são reconhecidamente pessoas de muita ‘bala na agulha’. Dois problemas familiares, porém, praticamente descartam o nome de Sachetti. Um deles é a vontade dos filhos e parentes próximos, que o querem longe da prefeitura. O outro é bem mais sério, já que trata-se do problema de saúde de sua esposa, Rose Sachetti, que luta já há alguns anos contra um câncer. Sachetti tem demonstrado total priorização à companheira e já avisou a pessoas próximas que seguirá assim e não quer nem discutir candidatura.
Nininho, que já tem no currículo a experiência de ter sido prefeito da vizinha Itiquira, encontra resistência de parte do eleitorado exatamente por sua falta de identificação com a cidade. Apesar de transitar com facilidade pelo meio do agronegócio e ter o suporte financeiro e político deste segmento, em caso da confirmação real da não candidatura de Sachetti, o republicano tem pouca penetração no meio popular e até mesmo uma ‘pomposa’ campanha para deputado estadual na cidade, ano passado – visualmente muito mais evoluída que a de seus concorrentes, especialmente em regiões mais carentes da cidade – não conseguiu o fazer ser o mais votado da cidade, o que para teria decepcionado o próprio político. Nininho é o favorito da alta cúpula do PR, mas os vários e grandes negócios empresariais que participa estado a fora, talvez façam com que seja, para ele, muito mais útil ter a ‘liberdade’ logística de um deputado, do que a obrigação local de um prefeito.
Por fim, o deputado estadual e ex-prefeito Zé Carlos do Pátio (SDD) teria de nadar, politicamente, sozinho ou na companhia de partidos nanicos em uma eventual disputa para prefeito de Rondonópolis. Fato este porque, certamente nem a turma de Blairo e Sachetti, ou a de Wellington Fagundes (PR) e muitos menos a de Carlos Bezerra (PMDB) ou a de Rogério Salles (PSDB) devem estar ao lado de Pátio, após os desgastes colhidos quando o atual deputado era prefeito e fechou as portas para muitas discussões políticas no Paço Municipal. Eleitoralmente falando, Pátio notadamente é alguém ainda de muito prestígio, especialmente entre as camadas socialmente mais baixas, visto que conseguiu, mesmo sem ter uma campanha visualmente gigantesca, ter a maior votação para deputado estadual no ano passado, dentro do maior colégio eleitoral da região sul. Coragem para ir de peito aberto para a disputa, ninguém duvida que Pátio tenha, agora que fruto isto vai dar é, de fato, uma incógnita. Uma campanha para prefeito, neste momento, onde Pátio ainda não goza de bom relacionamento nem mesmo com a Justiça Eleitoral, que ele fez questão de criticar publicamente na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, recentemente, tem características de risco anunciado ao político, cassado no fim de seu mandato no Poder Executivo, em Rondonópolis, no ano de 2012.

Hevandro Soares

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