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domingo, novembro 24, 2024

Pedro taques enquadra Dilma em reunião com governadores

A lição de dignidade e coerência ministrada por Pedro Taques foi virtualmente ignorada pelos grandes jornais. Pior para os leitores. A réplica do governador de Mato Grosso a outro falatório intempestivo da presidente da República é muito mais surpreendente e relevante do que a algaravia de devotos aflitos com a chegada da Lava Jato às portas do deus da seita.
Na noite de sexta-feira, Dilma reuniu-se em Brasília com um grupo de governadores para tratar do alongamento das dívidas dos Estados com a União. Já ao abrir o encontro, declarou-se “indignada” com o tratamento (que qualificou de “desrespeitoso”) dispensado a Lula pelo juiz Sérgio Moro. Ela enxergou “um abuso de autoridade” na condução coercitiva autorizada por Moro. “Bastava convidar”, recitou. “Lula não se negaria a prestar os esclarecimentos”.
Ex-procurador da República, Taques dirigiu-se à “presidente” (e não “presidenta”) para falar em nome do país que presta: “Eu não sairia desta sala com a consciência tranquila e não respeitaria o bom povo de Mato Grosso, que me mandou aqui, se não expressasse minha opinião”, ressalvou. “Entendo que não houve abuso ou perseguição. Ninguém está acima da lei. Todos, inclusive eu, podemos ser investigados. A lei não pode servir para beneficiar amigos nem para prejudicar inimigos”.
Filiado ao PSDB, Taques ensinou que um governador eleito pela oposição tem, mais que o direito, o dever de discordar publicamente de qualquer adversário político ─ mesmo que se trate do presidente da República. Também ensinou que, ara cumprir tal dever, basta não ter medo. E ter vergonha na cara, naturalmente.

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