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sábado, novembro 23, 2024

Pedro Taques completa 100 dias de governo com desafios maiores que os esperados e promessas a cumprir

A velha máxima de que o “bicho é mais feio do que parece” se encaixa perfeitamente aos primeiros 100 dias de mandato do governador José Pedro Taques (PDT). Pelo menos se tomar como base as declarações públicas do governador e principais auxiliares. A projeção é de que há necessidade de ‘remontar’ o Estado e não é à toa que uma das primeiras medidas do novo mandatário foi elaborar um programa básico de reforma administrativa, com fusão e extinção de secretarias de Estado, extinção de cargos comissionados e contratados, entre outras ações.
Todavia, são as promessas de campanha e a falta de dinheiro que tiram o sono do governador e, também, do vice-governador Carlos Fávaro (PP) e auxiliares. Há clara ênfase para o Hospital Estadual de Cuiabá, a conclusão das obras da Copa do Pantanal Fifa 2014, o Parque Tecnológico, e as mudanças estruturais na saúde, educação e segurança.

“Mato Grosso está sendo neste momento um Estado de transformação. Nenhum Estado é feito por só uma pessoa. Cada governador, a seu tempo, a seu modo, de acordo com as circunstâncias, deram alguma contribuição para que nós possamos chegar aqui. Eu não tenho a veleidade, a pretensão, de imaginar que o nosso Estado surgiu a partir do dia 1° de janeiro. Todos deram uma contribuição e nós daremos a nossa contribuição”, afirmou Taques, para a reportagem do SITE CUIABANO O.D , em entrevista recente.

Pedro Taques encerra, nesta sexta-feira, 10 de abril, o primeiro ciclo do seu governo, ao apurar os famosos contratos de gestão, assinados pelo primeiro escalão, em 2 de janeiro, em cerimônia no Salão Cloves Vettorado do Palácio Paiaguás. Ele recebeu o Tesouro do Estado com R$ 84 mil na Conta Única, embora o antecessor assegure superávit de R$ 1,4 bilhão.

O governo está fazendo um 'chek list' para avaliar se as prioridades estabelecidas nos contratos foram executadas, no período. Houve clara prioridade às auditorias, para “tomar conhecimento de onde se está pisando”, como gostava de lembrar o secretário Marco Aurélio Marrafon, de Planejamento.

Nas aparições públicas, Taques e assessores não raras vezes fazem questão de citar que herança deixada pelo governador Silval Barbosa (PMDB) é bem mais delicada do que parecia, no período de transição, de outubro a dezembro de 2014. Taques destacou que os contratos eram para orientar as providências a serem adotadas pelas secretarias para dar eficiência e transparência à sua administração.

Depois dos contratos, o governador assinou decretos suspendendo o pagamento de contratos e a execução de obras públicas por 90 dias – a chamada moratória temporária.

As obras da Copa do Mundo de 2014 merecem um capítulo a parte, especialmente o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). As afirmações contraditórias quanto ao preço real da obra e da tarifa do VLT provocaram uma suspeita de que o modal de transporte possa ser substituído pelo Bus Rapid Transport (BRT). Por isso, as obras do VLT não têm definição sobre a retomada ou não, sem consenso até no staff de Taques.

Em recente entrevista para o Olhar Direto, o secretário de Projetos Estratégicos, Gustavo Oliveira, chegou a projetar que a tarifa do VLT poderia chegar a R$ 10, quase três vezes à previsão inicial do governo anterior – R$ 3,40.

Poderes
No relacionamento com os poderes, Pedro Taques conseguiu uma maioria tranqüila, na Assembleia Legislativa, embora ainda não tenha passado pelo chamado “teste do plenário”, com a votação de projetos de lei impopulares. A construção da maioria para a base governista teve participação decisiva do novo presidente da Assembleia, deputado Guilherme Maluf (PSDB), e do secretário Paulo Taques, chefe da Casa Civil.

O relacionamento é tão bom que, pela primeira vez na história, o Poder Legislativo devolveu dinheiro do duodécimo para o Poder Executivo: R$ 20 milhões para compra de ambulâncias e investimentos na saúde.

Com o Poder Judiciário e Ministério Público, Pedro Taques também soube tratar com harmonia, mas ainda existem arestas a serem aparadas. O Tribunal de Justiça se comprometeu em devolver R$ 20 milhões para o Executivo, oriundo de economia na administração.
Finanças

Pedro Taques terá de resolver um déficit projetado de quase R$ 2 bilhões para efetivamente iniciar as obras de seu governo e não depender apenas do governo Dilma Rousseff para investimentos. Por mais que exista a expectativa de crescimento real da receita própria em quase R$ 800 milhões, ainda ficará pendente um passivo superior a R$ 1 bilhão.

Quando os secretários Paulo Ricardo Brustolin, de Fazenda, e Marco Marrafon, do Planejamento, fizeram o esqueleto do pagamento de dívidas com desconto reverso, certamente pensaram na saúde financeira do Estado e não na repercussão. Mas o decreto 53/2015 dá a medida exata dos primeiros 100 dias do governo Taques: austeridade, busca de horizontes e tentativa de implantar a gestão privada na administração pública.
Fonte:Olhar Direto

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