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Agentes penitenciários ameaçam entrar em greve

Os agentes penitenciários de Mato Grosso podem deflagrar uma nova greve a partir desta quinta-feira (15), em assembleia geral marcada para as 15h, na sede do sindicato da categoria, em Cuiabá.

Na última vez que os profissionais entraram em greve em Mato Grosso, no dia 31 de maio, os presos se revoltaram com a suspensão das visitas e comandaram diversos ataques na Capital e no interior.

Os agentes penitenciários cobram a realização do concurso público, a compra de fardamento, de coletes balísticos e deviaturas. Eles chegaram a realizar uma paralisação no dia 18 de agosto para tentar sensibilizar o Governo a cumprir as medidas.

Não houve avanços concretos e os compromissos firmados na época com o Governo foram ignorados. Nossa avaliação é que o serviço público está abandonado pelo Estado

O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen/MT), João Batista Pereira, disse que as reivindicações são antigas e que o Executivo havia prometido resolvê-las no ano passado.

“Não houve avanços concretos e os compromissos firmados na época com o Governo foram ignorados. Nossa avaliação é que o serviço público está abandonado pelo Estado. Já se fala em reforma administrativa com medidas que podem atingir diretamente o trabalhador sem qualquer diálogo com os servidores”, afirmou.

Conforme o sindicalista, o Estado também havia prometido alterar a lei de carreira dos profissionais para autorizar o pagamento da jornada voluntária, o que não ocorreu.

“Isso resultaria na remuneração extra e contribuiria para amenizar a questão do escasso efetivo e a falta de equipamentos de segurança, como o scanner corporal, para fiscalização de visitantes nas unidades prisionais”, ressaltou.

João Batista garantiu que caso a categoria aprove a greve, a segurança dos presídios será mantida.

A assembleia vai decidir, em caso de greve, como serão as visitas e o controle da entrada de alimentos.

Atentados

Seis atentados foram registrados no Estado por conta da última greve de 33 dias dos agentes penitenciários.

À época, a categoria cobrava o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) de 11,28%.

A Secretaria de Segurança Pública confirmou que os ataques foram comandados de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE)

Três ônibus foram incendiados em Cuiabá e Várzea Grande. No mesmo dia, a casa de um agente prisional foi alvo de tiros, assim como o veículo de outro agente.

Uma viatura da Polícia Militar e uma Kombi também foram incendiadas em Primavera do Leste (239 km de Cuiabá).

Uma base da Polícia Militar do Bairro Três Barras, em Cuiabá, foi atacada por seis pessoas. Foram disparados pelo menos 20 tiros contra o prédio.

Em Barra do Garças (516 km de Cuiabá), dois carros do Centro Socioeducativo foram queimados no pátio da unidade.

Outro lado

A Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Sejudh) disse que já atendeu, “na medida do possível”, todas as reivindicações da categoria.

Garantiu que em outubro vai entregar 15 novas viaturas para atender o sistema penitenciário.

Já sobre o concurso público, afirmou que a Secretarias de Estado de Gestão (Seges) já lançou o edital para a realização do certame.

Sobre a aquisição dos coletes balísticos, a Pasta explicou que está aguardando a autorização do Exército para poder realizar a compra.

Fonte:MidiaNews

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