Só se tem governador mais ruim que Silval Barbosa (PMDB) ao se for procurar no Amapá, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Dro restante dos 24 estados brasileiros nada é pior que o peemedebista. Esta foi a constatação de uma pesquisa realizada pelo IBOPE e que foi divulgada nos últimos dias pelo jornal de circulação nacional ´Estadão´ e pela Rede Globo. Na tentativa de rebater ou se blindar contra mais críticas, Silval deu a entender que seu desgaste foi calculado e que o seu nome na lama no fim de um governo pífio foi resultado de sua maneira ousada de governar.
As palavras de Silval poderiam até surtir efeito se não viessem da boca de um gestor que teve a capacidade de cortar e articular com seus amigos deputados estaduais para aprovarem uma lei de sua autoria para reter os repasses federais da área da saúde que iriam abastecer os cofres de unidades de saúde de vários municípios de Mato Grosso. Só em Rondonópolis, Silval não deixou chegar um dinheiro que iria para a Santa Casa de Misericórdia, onde nascem 300 por mês, para o Samu, Pronto Atendimento e quase 40 unidades de Estratégia de Saúde da Família – ESF, somando uma inadimplência de quase R$ 10 milhões. Isto, definitivamente, não é ser ousado e sim inconsequente.
Na área da cultura, o que o governador fez foi simplesmente pisar ainda mais na garganta de uma classe que convive com imensas dificuldades como são as dos poetas, compositores e demais artistas. Ele também reteve todos os incentivos financeiros e não cumpriu contratos já assinados por sua própria pessoa para o setor. Para quem não sabe, o festival de primavera de Rondonópolis, que até alguns anos atrás ocorria com a presença de grandes nomes da MPB e do Rock Nacional, não acontece mais e é por culpa do Silval, que não honrou sua assinatura.
Escritores de toda parte do estado garantem já ter perdido as esperanças e afirmam que somente os ‘apadrinhados’ por políticos amigos de Silval é que conseguem algum incentivo do poder público estadual para publicar suas obras. A gestão inteira do peemedebista foi claramente política e em nenhum momento administrativa. Foi para atender interesses de pessoas acima dele, dentro da escadaria de força política, e para acobertar erros anteriores. A arma achada na casa do governador e que só não o levou preso por força de pagamento de uma fiança é quase digna de um elogio se for comparada a tanta lambança feita em quatro anos.
A maior prova do peso negativo do nome de Silval é que ele foi totalmente travado da pretensão de sair candidato a senador, o que prova que ele esteve governador por vontade de um grupo político e não por sua própria força, ou então teria conseguido se viabilizar politicamente também em 2014. O candidato situacionista mais bem colocado, Lúdio Cabral (PT) se desdobra para não vincular sua imagem com o desgaste do atual governo, mas também tem de medir as palavras para não criticar o PMDB, até porque Carlos Bezerra (PMDB) complicou a vida do jovem médico colocando sua esposa, Teté Bezerra (PMDB), para ser sua vice. Entre muitos analistas, a pergunta que fica é: seria Lúdio um Silval mais novo e com melhor fala? Outros, porém, acreditam na força nacional do partido de Cabral, o PT, para que ele tenha um pouco mais de autonomia para governar que seu antecessor, caso venha a ganhar o pleito que disputa.
Voltando a falar de Silval, o governador disse: “Eu fiz viadutos, obras… Uma ou outra teve problemas. E, aí, a culpa o governador? Eu não sou engenheiro, eu me formei em Direito. Eu vou cobrar responsabilidade de quem pegou a obra, que tem contrato e compromisso de entregar com responsabilidade e garantia. Se teve erros, as empresas têm que arcar com erros e custos”.
No restante da entrevista a um dos maiores sites de Cuiabá frisou: “Agora, atribuir ao governador que ele fez obras? Eu contratei obras. A maioria é obra boa e que melhorou a nossa Capital, e vai melhorar muito ainda. Quero dizer, também, que contratei auditoria para todas elas. Aquela que tiver algum erro ou precisar de correção, que faça, mas com custos para empresas (…) Eu vejo as críticas, falando que o governador está com desgaste. Está em desgaste porque quis, porque não consegui fazer dentro do prazo certo. Mas em Cuiabá eu faço um desafio aí: a história vai dizer. Nunca um Governo fez tanto por Cuiabá, pela região metropolitana…O tempo que vai dizer”.
As palavras de Silval se assemelham, grossamente comparando, a daquele marido que traiu a esposa e põe a culpa no poder de sedução da amante para justificar seu erro. Silval tem que aprender que se você não contrata o buffett certo, é da sua festa que vão sair falando mal e pouco se lembrarão o nome que estava estampado na camisa dos garçons. Mas no fim das contas ele sabe que errou, e muito, mas mesmo assim ainda tem muita gente acha que o seu governo compensou demais para si e que ele vai sair muito melhor do que entrou. Estamos nos referindo a experiência, é óbvio…
Da Redação