Membro da comissão do impeachment no Senado Federal, o senador José Medeiros (PSD) afirmou que muitos mitos criados em volta da imagem da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) foram derrubados.
A presidente foi afastada do cargo no dia 13 de maio, após o Senado aprovar a abertura do processo de impedimento da petista.
Segundo Medeiros, o afastamento de Dilma comprovou não ser verdadeira a imagem de gestora competente e corajosa.
Após todos estes mitos serem derrubados e a análise da situação do país, os senadores estão mais convencidos de que ela [Dilma] não deve voltar ao Poder
“Existia alguns mitos em volta de Dilma sobre a sua capacidade de gestão; diziam que ela era uma ‘gerentona’. Ainda tinha o mito da mulher corajosa. No entanto, a sua decisão de não ir à comissão do impeachment ser interrogada comprovou que ela não tem coragem”, afirmou.
“O que se notou é que ela ficou temerosa em ter que enfrentar todos os fantasmas e esqueletos do seu Governo, que poderiam ser mostrados na comissão”, completou.
Além disso, Medeiros analisou que as delações premiadas, feitas pelo ex-senador Delcídio do Amaral e pelo ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, no âmbito da Operação Lava Jato, comprovaram serem falsos os mitos de liderança e honestidade da presidente afastada.
“Caíram todos os mitos. Em sua delação, [Nestor] Cerveró, seu assessor direto na Petrobrás, disse que Dilma mentiu sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA). Além disso, ela foi diretora do conselho administrativo da Petrobrás, que hoje passa por essa grave situação de corrupção. O que comprova que capacidade gerencial ela não tem”, declarou.
“Vem o Delcídio e diz que ela o mandou interferir na Lava Jato. Mandou conversar com Marcelo Navarro, para colocar ele de ministro. Caiu o mito da probidade. Por fim, o mito de capacidade gerencial; o próprio contexto da obra: com 11 milhões de brasileiros desempregados, e toda a crise no país, mostra que foi derrubado”, disse.
Após serem ouvidas as 40 testemunhas de defesa da presidente Dilma, Medeiros afirma que os senadores membros da comissão estão ainda mais convictos de que a petista deve ser retirada da Presidência de forma definitiva.
“Após todos estes mitos serem derrubados e a análise da situação do país, os senadores estão mais convencidos de que ela [Dilma] não deve voltar ao poder”, disse.
Rito do impeachment
Após a manifestação da presidente afastada, feita no dia 6 passado pelo advogado José Eduardo Cardozo, a acusação terá até o dia 12 para entregar as alegações finais.
Em seguida, a defesa terá até o dia 27 para entregar suas alegações, também por escrito.
O relator do processo, senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), apresenta seu parecer no dia 2 de agosto, e a comissão coloca o texto em votação no dia 4 daquele mês.
Em seguida, se aprovado, o parecer deve ser votado também no plenário do Senado, onde precisa da aprovação da maioria dos senadores. Essa votação está prevista para 9 de agosto.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a data da sessão de julgamento deve ocorrer entre os dias 25 e 27 de agosto.
É preciso o apoio de, ao menos, 54 dos 81 senadores para condenar a presidente no processo de impeachment e determinar sua deposição do cargo.
Fonte:MidiaNews.