O leitor com certeza já viu um elefante através de fotos, vídeos, ou mesmo por meio de uma visita a um zoológico. Em Mato Grosso, nos últimos anos, esses animais gigantes estiveram constantemente presentes na mídia e nas redes sociais após a criação do santuário dos elefantes em Chapada dos Guimarães. Entre os comentários nas redes sociais e páginas de notícias, muitas pessoas enaltecem o trabalho nobre feito pela ONG que cuida do local, outras questionam se o lugar dos elefantes é aqui no meio do cerrado. O que muita gente não sabe é que até alguns milhares de anos atrás um animal muito parecido com o elefante vivia no Brasil, ele se chama mastodonte.
O mastodonte fazia parte da megafauna, que era composta por animais como Pampatherium, um tatu gigante que chegava a ter o tamanho próximo ao de um fusca, o Eremotherium, um tipo de preguiça gigante que chegava a ter cerca de 6 metros de comprimento, além de outras espécies. Todos eles foram extintos após o final da última glaciação, por volta de 11 mil anos atrás. Os primeiros homens que habitaram o nosso continente chegaram a conviver com esses animais e, talvez, tenham também contribuído para a extinção destes gigantes.
No hemisfério norte, o parente mais próximo dos elefantes e mastodontes eram os mamutes. No filme a Era do Gelo 1, é possível ver alguns desses animais da megafauna tentando sobreviver as mudanças climáticas e tendo contato com o homem pré-histórico. Porém, fora das animações, se você acha esse tema interessante, pode também ver de perto os fósseis de preguiças gigantes, tatus gigantes e dentes de mastodontes no Museu de História Natural Casa Dom Aquino. Esses fósseis foram encontrados aqui no estado de Mato Grosso, no município de Rosário Oeste, e comprovam que esses animais já viveram por aqui.
Quanto aos elefantes vivendo no santuário, eles conseguem ter uma vida digna, longe dos maus tratos que já tiveram nos cativeiros. Mesmo não sendo nativos de Chapada dos Guimarães, com certeza se sentem em casa em meio ao cerrado mato-grossense, que é um pouco similar as savanas africanas. Infelizmente não temos mais o nosso mastodonte e os outros animais da megafauna brasileira entre nós, mas podemos ajudar a cuidar destes gigantes de outro continente, além de tentar fazer nossa parte para não contribuir com a extinção de outros animais.
Caiubi Kuhn
Professor da Faculdade de Engenharia – UFMT Campus Várzea Grande
caiubigeologia@hotmail.com