Os partidos de oposição PSDB, DEM e PPS decidiram partir para uma ofensiva contra o PT e seus aliados. No próximo mês, as três legendas estarão juntas na realização de um encontro nacional de prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais em Brasília já com vistas às eleições de 2010. Na ocasião, os dois pré-candidatos da frente das oposições –os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB– serão as principais estrelas.
O secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG), um dos organizadores do evento, planeja reunir mais de 1.000 pessoas em Brasília, na segunda quinzena de março. Bem-humorado, Castro compara o encontro da oposição com o realizado esta semana pelo governo também em Brasília com prefeitos de todo o país.
"Não vamos ter fotografias virtuais porque os dois pré-candidatos [Aécio e Serra] estarão presentes de verdade", afirmou o secretário-geral do PSDB, referindo-se às fotografias com as imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), utilizadas pelos prefeitos como fundo para imagens reais.
Assim como o DEM, que levanta dúvidas sobre o uso de recursos públicos para o financiamento do encontro realizado em Brasília, o secretário do PSDB afirmou que no caso do evento das oposição, o dinheiro será privado.
"Também não haverá dinheiro público. Vamos ajudar um ou outro prefeito e vereador, mas no geral cada um pagará suas despesas", disse o deputado, que ainda não finalizou todos os detalhes da organização do evento.
Formalização
Em dezembro, o DEM, PSDB e PPS formalizaram a aliança política para 2010. A ideia, segundo os presidentes das três legendas, é lançar candidato único em oposição ao nome que for apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a sucessão presidencial.
O objetivo é ampliar essa parceria para os Estados e garantir a unidade oposicionista para enfrentar o governo. Nos últimos meses, líderes dos três partidos negociaram regionalmente para tentar diminuir as divergências nos Estados já com vistas a 2010.
Para o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), as divergências regionais vão ser resolvidas em defesa do ideal nacional, que é ter um candidato único, capaz de enfrentar o nome apoiado por Lula. "É importante para a aliança que o discurso [das oposições] esteja unido. A divisão não vai levar ninguém a nada. Queremos que os nossos pré-candidatos conquistem a simpatia do eleitor",disse Maia.
Folha online