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Rondonópolis
sábado, novembro 23, 2024

Obrigado a nada

Essas eleições municipais que terminaram no final do mês de outubro apresentaram um detalhe que no mínimo chama a atenção de todos, o grau de insatisfação do eleitor com a classe política é altíssimo e o reflexo está na quantidade de votos brancos, nulos e abstenções no processo eleitoral deste ano.
Nunca houve uma disputa eleitoral com tanto desinteresse do eleitor em votar; motivada obviamente pelos escândalos nacionais que dominaram o noticiário nos últimos quatro anos e com toda a certeza a tendência de não ir votar ou anular o voto deve crescer nas próximas eleições, pois pelo visto os escândalos e o desgaste da classe política ainda estão longe de terminar.
Em Rondonópolis, por exemplo, mesmo havendo quatro opções de voto para o eleitor escolher o prefeito, o número de votos brancos, nulos e abstenções foram altíssimos, o prefeito eleito, Zé Carlos do Pátio, obteve 39352 votos, Percival Muniz, que tentou a reeleição ficou com 37796 e o número de votos, brancos e abstenções chegaram à incrível marca de 36434, superando o número de votos do segundo colocado que foi o vice Rogério Salles e que conquistou 29720 votos no processo.
Mas, o que chama a atenção é o desinteresse do eleitor no segundo turno, nas cidades onde teve esse tipo de disputa, com apenas dois candidatos, os eleitores deixaram claro que não querem saber de política, neste momento do país.
Para se ter uma ideia, o prefeito eleito do Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella, teve menos votos do que os brancos, nulos e abstenções. Na realidade, além da revolta do eleitor, houve também uma rejeição aos candidatos em razão do baixo nível das campanhas no segundo turno, onde os candidatos evitaram as propostas e priorizaram aos ataques.
O recado do eleitor nestas eleições mostra ainda outro aspecto, o voto no Brasil, de forma sutil, está se tornando facultativo, apesar da Lei dizer que o voto é obrigatório, as penas para quem não vai votar são mínimas, não passa de uma multa de pequeno valor.
Talvez é chegada a hora de rever a obrigatório e ouvir mais o que as ruas querem, pelo menos nestas eleições municipais está claro que o eleitor devido ao desgaste da classe política em geral, não quer ser obrigado a depositar o seu voto na urna e vê como alternativa, anular, votar em branco ou simplesmente não ir votar.

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