Cresce peso da doação de campanha de eleitores e dos próprios candidatos

Com o veto à doação de empresas, as contribuições de pessoas físicas e dos próprios candidatos passaram a ocupar as primeiras posições no total arrecadado para a campanha eleitoral. O peso desses dois tipos de doação quase dobrou no 1º turno da disputa municipal deste ano em comparação com o primeiro turno da eleição de 2012.
Levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a pedido do G1 mostra que, se na campanha de 2012, as doações de pessoas físicas e os recursos dos próprios candidatos representavam 37,5% no total arrecadado, neste ano são 74,8% da captação global das campanhas.
Em 2012, a participação de pessoas jurídicas no financiamento das campanhas era de 30,3% do total arrecadado e representava a maior fatia das doações. Em 2016, a maior fatia vem das pessoas físicas (45,4%), seguida dos recursos próprios dos candidatos (29,4%).
Apesar na mudança na composição da receita, o valor total da arrecadação caiu quase 65%, como mostrou o G1 na semana passada passando de R$ 7,2 bilhões (em valores corrigidos pela inflação) para R$ 2,5 bilhões.
Além do fim da doação empresarial, duas outras mudanças na legislação podem ter contribuído para a queda: a redução pela metade do tempo de campanha, que passou de 90 para 45 dias; e o limite para os gastos de campanha.
Internet
Os dados apontam que o único tipo de doação que cresceu foi o das doações por meio da internet: de R$ 692,7 mil em 2012 para R$ 1,2 milhão em 2016 (crescimento de 73%). Mesmo assim, o montante doado, tanto em 2012 quanto neste ano, representa menos de 1% do total arrecadado.
Com exceção das contribuições via internet, a redução da arrecadação afetou todos os demais tipos de doação.