A partir de 20 de janeiro de 2009, Barack Obama ocupará o cargo de homem mais poderoso do mundo. Sua histórica eleição à Casa Branca ganha ainda mais destaque em função dos enormes desafios que cercam o novo presidente dos Estados Unidos. Para começar, Obama terá de solucionar uma das piores crises econômicas da história. Os problemas incluem também um sistema de saúde falido, a dependência energética e a ameaça do aquecimento global. No cenário externo, as atenções se voltam para as promessas de acabar com a guerra do Iraque e, derrotar a rede terrorista Al Qaeda e a milícia Talibã no Afeganistão. Obama terá, ainda, de lidar com o programa nuclear iraniano e com a questão palestina. Saiba quais são os principais desafios do novo presidente e como ele pretende resolvê-los.
A prioridade do novo presidente é aprovar no Congresso um novo pacote econômico na ordem de 775 bilhões de dólares. As medidas preveem cortes de impostos e aumento dos gastos para criar cerca de 3,5 milhões de postos de trabalho nos próximos dois anos. A equipe de Obama estima que, com a aprovação do texto, a taxa de desemprego deve recuar 1,8% até 2010. Os outros objetivos principais do pacote são ampliar a duração e os benefícios do seguro-desemprego e ajudar estados e municípios com graves problemas de caixa para pagar funcionários públicos e manter serviços essenciais.
Somadas aos pacotes anteriores, lançados ainda durante o governo Bush, as novas medidas de estímulo econômico deverão inchar ainda mais o déficit orçamentário do governo, que, segundo projeções, deverá bater em 1 trilhão de dólares em 2009. O problema já dividiu o Partido Democrata. Uma das alas defende que o novo presidente terá de dizer aos eleitores que algumas das promessas de campanha serão adiadas, sob o risco de agravar a situação fiscal. Outra ala prega o contrário, que o crime mais grave no momento seria jogar um balde de água fria no ânimo dos americanos
Se o pacote inicial for aprovado, o caminho estará aberto para que Obama possa cumprir sua mais vistosa e controversa promessa de campanha – conceder cortes de impostos a famílias que ganham até 250.000 dólares por ano e que representam 95% da população americana. Além disso, ele planeja aumentar o imposto de renda dos ricos, além de subir as alíquotas – de 15% para 20% – dos tributos sobre os ganhos de curto prazo nos mercados de ações. O democrata ainda deverá colocar de volta sob a mira do estado setores importantes da economia, com destaque para o mercado financeiro. Obama pretende reescrever as regras que comandam os pregões, focando-se nos vilões da crise atual: hedge funds, corretores imobiliários, corretores de derivativos e agências de classificação de risco.
Fazendo justamente o contrário de seu antecessor, ao abrir um canal de conversação com o país. Obama já disse que considera o programa nuclear iraniano um dos principais desafios de sua administração, já que um regime como o que governa o país munido de armas atômicas "poderia desencadear uma corrida nuclear no Oriente Médio". Os primeiros meses da política externa do democrata deverão ser marcados pelo diálogo com Teerã. As conversas, porém, podem nem sempre ser pacíficas. Obama já revelou que pretende cobrar do Irã por sua atitude de "exportar o terrorismo" por meio do movimento islâmico palestino Hamas e do grupo radical xiita libanês Hezbollah
Dele se espera quase tudo: que promova a paz no Oriente Médio, controle os ímpetos imperiais da Rússia, dê atenção especial à América Latina, contribua para evitar o aquecimento global, supere a crise financeira mundial, evite uma recessão dolorosa. Dentro dos Estados Unidos, dele se espera que adote um sistema universal de saúde, rompa com a dependência do petróleo, produza energia limpa e renovável, promova a paz, apanhe Bin Laden, revalorize o dólar. As expectativas em torno do desempenho de Obama são tão altas que tornam muito difícil para ele conseguir atendê-las.
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