O recado da Argentina

0
76

As eleições presidenciais na Argentina servem de alerta aos políticos brasileiros e à população como um todo. Afundado em uma grave crise há pelo menos 18 anos, o país vizinho viu seu eleitor rejeitar o modelo proposto pelo presidente Maurício Macri, derrotado ainda em primeiro turno, que adotou medidas austeras para reerguer a Argentina, mas que não surtiram o efeito desejado em curto prazo.

Embora há menos tempo em crise, o Brasil vive um momento semelhante ao vivido pela Argentina quando escolheu Macri, quebrando a hegemonia do Pernoismo que volta com Alberto Fernandez, eleito com a ideologia de esquerda. Ele conseguiu vender ao povo argentino a ideia de que é o mais preparado para fazer o país sair da crise, mesmo sendo do grupo político que colocou nossos vizinhos nessa situação.

Eleito em 2018, o presidente Jair Bolsonaro foi escolhido para acabar com 16 anos do petismo no Brasil e todo o mal causado pelas administrações que colocaram o país na sua mais grave crise política e econômica. As mudanças propostas por ele, hoje, atingem todos os níveis da administração pública e gerarão uma profunda reforma.

Ainda que nem todas as medidas propostas ou já implementadas, como a reforma da previdência, sejam populares, o brasileiro precisa entender que elas são necessárias. Não é mais possível viver em um país cuja máquina era aparelhada ideologicamente e que gastava mais do que arrecadava e achar que é possível sair da crise assim.

Infelizmente, o eleitor argentino não percebeu que a volta do peronismo ao poder, inclusive com a ex-presidente Cristina Kirchner na condição de vice-presidente do país vizinho, representa o retorno da política assistencialista e irresponsável que empurrou milhões de argentinos para baixo da linha da pobreza.

Tanto ao povo quanto ao novo governo o recado está claro: é preciso manter uma comunicação transparente e disposição de entender a gravidade da situação do país. Se ambos fizerem a sua parte, tenho a certeza de que o Brasil conseguirá sair de vez da crise e se manter no caminho do desenvolvimento desejado com a eleição de Bolsonaro. Se isso não ocorrer, poderemos ter um futuro trágico, como o da Argentina.

*Fábio de Oliveira é advogado, contador e mestre em Ciências Contábeis