O termo irrigação inteligente ganhou força nos últimos anos e tem como objetivo principal ajudar o agronegócio produzir mais com menos. Mas, afinal, o que é irrigação inteligente?
A técnica nasceu em Israel, com o pioneirismo da Netafim, e desde então se espalhou por todo mundo, ganhando cada vez mais adeptos e aprimoramentos. O sistema utiliza tubos subterrâneos (enterrados), desenvolvidos justamente para esta finalidade, levam água e nutrientes de forma precisa as plantas, evitando assim desperdícios como alta taxa de evaporação, escoamento superficial, entre outros, que acabam aumentando o consumo de água. A técnica, portanto, possibilita que todas as práticas agrícolas fiquem mais simples e muito mais eficientes.
A irrigação inteligente é assim chamada por ser uma forma mais eficiente de fornecer água as plantas, trazendo benefícios que vão desde economia de água, energia, mão de obra e tempo. Quando aplicada na área de absorção, o aumento de produtividade chega a 200% e a economia de água pode chegar a 60%, colaborando para que o produtor não cometa eventuais desperdícios.
Além de potencializar o uso da água, na irrigação por gotejamento a economia de energia pode chegar a 60% quando comparado aos sistemas tradicionais de irrigação. Os resultados comprovam que a irrigação inteligente é um método eficiente e sustentável de produção. Quando projetado corretamente, com a orientação adequada para cada propriedade, a irrigação inteligente se torna aliada na luta pela agricultura sustentável.
Independente da cultura, seja café, cana de açúcar, cacau, milho, soja, citrus, cultivos de horticultura etc., a irrigação é um ponto de extrema importância e que precisa de atenção. Confira então, algumas dicas para tornar sua irrigação mais inteligente:
– Conheça sua infraestrutura: avalie se possui o equipamento de irrigação mais adequado para a cultura. Eficiência de irrigação é a porcentagem de água que realmente entra no solo e é usada pela cultura em comparação com a quantidade bombeada para o sistema: medir e monitorar; uniformidade de aplicação; uso eficiente da água (m3/ha); e custos de funcionamento.
– Escolha bem a tecnologia: a irrigação por gotejamento consiste em levar água pontualmente e na medida certa para a planta através de tubos com gotejadores. Eles permitem que o produtor também realize a técnica de nutrirrigação em que os nutrientes são aplicados direto na raiz através das gotas de água. Dessa forma, a planta se alimenta mais vezes e em menores quantidades, o que é ideal para que absorva os fertilizantes de forma saudável. Além disso, reduz custos na produção (mão-de-obra, energia e insumos), garante homogeneidade das lavouras, facilidade de manejo com a implantação da nutrirrigação, entre outros, que podem representar até 30% de economia na fazenda.
– Conheça os recursos hídricos e de solos: entenda o clima de propriedade (pluviosidade, temperatura e evapotranspiração), consulte um engenheiro agrônomo se houver necessidade, e entenda a outorga de água e suas condições e limitações. Por exemplo: A sua capacidade de armazenamento em barragem corresponde à sua outorga? Conheça a capacidade de retenção do solo.
– Conheça a real necessidade da cultura: compare o uso da água contra os outros na região. O conhecimento de quando e quanto deve ser aplicado de água depende de medição da humidade do solo e qual estado vegetativo se encontra a cultura. Muitos irrigantes ainda não utilizam qualquer forma de monitoramento e programação de irrigação, que devem formar a base do uso do planejamento de uso da água durante a temporada de irrigação.
Por Cristiano Januzzi, gerente agronômico da Netafim