O Evangelista João (XVI-36) relata que, quando o Nazareno foi apresentado a Pilatos, este lhe perguntou: “o que é a verdade?. . e o questionamento ficou sem resposta.
A vida diuturna do ser humano tem como fundamento primordial a verdade, em qualquer que seja a área de atuação. A dicotomia falso – verdadeiro é uma constante em nossa vida, tanto nas ações quanto nas emoções.
Em Platão (Séc.IV a.C) encontramos que verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são e falso aquele que as diz como não são”. Esse pensamento de Platão é sintetizado por Tomás de Aquino (Séc.XIII) na definição: “veritas est adequatio rei et intellectus.” – ou seja, a verdade é a correspondência entre o fato em si e a inteligência. Esta, em verdade reporta-se ao conhecimento íntimo, isto é, o conhecimento intelectivo que, também na expressão de Tomás de Aquino, “penetra até a essência das coisas”.
Normalmente nosso intelecto admite, sem questionamentos, como verdade a afirmação que exprime um estado de coisas existente. Assim, a realidade tem sua fonte original na verdade que está em nossa mente. Por conseqüência o erro que se pode definir como o antagônico da verdade, é uma decisão da mente humana que tem sua origem na própria verdade.
O ser humano, em suas atitudes, empreende uma busca constante da verdade, o que é demonstrado no “empenho de avaliar e dar sentido às coisas” Essa avaliação é a base da pesquisa que é inerente á nossa mente. Em qualquer que seja o campo em que atuemos sempre estamos pesquisando e avaliando, em busca do verdadeiro. Essa avaliação nos leva à evidencia que, na expressão de Husserl (Séc.XX) pai da fenomenologia, “nada mais é que a vivência da verdade, ou seja, o juízo evidente é uma consciência de um dado original”.
É exatamente na avaliação que se caracteriza a verdade. No nosso dia-a-dia nos deparamos, por vezes com uma falsa verdade que se fundamenta em determinados interesses que vão da aspiração de poder ao lucro fácil, não importando os meios para o conseguir.
O caminho da verdade, portanto é o conhecimento que avalia. Entretanto a encontramos, também, na presença sensível da realidade que se nos apresenta, mesmo na abstração dos fatos do nosso quotidiano, independente da nossa compreensão.
J.V. Rodrigues
Jornalista