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domingo, novembro 24, 2024

O jogo político

Estamos a pouco menos de 8 meses das eleições majoritárias e os estrategistas já começam a articular seus planos. Embora apenas a sra.presidente tenha a sua posição garantida, concorrendo à reeleição, aliás a contragosto de alguns de seus correligionários petistas, não se pode esquecer que os três polos máximos abaixo da presidente estão na mão do maior partido político do país e maior detentor de cadeiras nas duas casas do Congresso, o PMDB.
Na ordem de sucessão na ausência da chefe da nação estão Michel Temer (vice), Henrique Eduardo Alves (Câmara) e Renan Calheiros (Senado), todos peemedebistas. Assim a força política está sob o comando do PMDB, partido de surpresas, principalmente pelo caráter de independência de Renan no Senado.
Na política de bastidor que vem sendo, desde já, urdida, sabe-se pela experiência de eleições anteriores, que O PMDB pende sempre para o lado mais forte que, no quadro político atual, certamente não é o PT que ficou em terceiro lugar no número de prefeitos eleitos, não obstante a pretensão do ex-presidente Lula de conquistar pelo menos 60% das prefeituras em todo o país.
Por outro lado, o último peemedebista a ocupar a cadeira do Planalto foi o ex-presidente Sarney, mesmo assim por simples obra do destino, uma vez que a rigor não obtivera um único voto, pois que formava chapa com o ex-presidente Tancredo Neves que, não chegou a ocupar o cargo, eleito que fora pelo Congresso, em 1984. E como se tratava de uma situação "sui generis", não prevista na Constituição, a solução do impasse teria partido do próprio ex-presidente Figueiredo que deixava o poder após 20 anos de regime de exceção e que cumpria assim a sua promessa, ao assumir, de "fazer desse país uma democracia".
Na primeira eleição democrática, o PMDB “que ainda não aglutinava a força política de que hoje é detentor, concorrera com Mário Covas em oposição ao ex-presidente Collor que, no segundo turno derrotou Lula, não obstante tenha começado sua campanha em útimo lugar com apenas 3% das intenções de voto.”
Depois disso não mais concorreu ao Planalto, preferindo perfilar-se ao lado do mais forte e com mais chances de vencer. Assim coligou-se com o PSDB nas duas eleições de FHC e nas duas eleições de Lula. Daí não seria nenhuma surpresa que o "partidão" viesse nesse ano com candidato próprio que, muito bem poderia ser o próprio Temer, aliás, no momento o único nome que desponta no cenário peemedebista, não obstante, desde já a própria presidente Dilma tenha se comprometido a mantê-lo na sua chapa. Mas o PMDB é sempre uma incógnita. Entretanto Henrique Alves (câmara) e Roberto Requião(senado) sejam outros dois peemedebistas com cacife para enfrentar o PT e associados nas urnas.
Por outro lado, o PSDB vem costurando alianças estaduais com partidos menores, cuja força política não é de se desprezar, destacando-se PDT, PTB, PSB e PV até mesmo incentivando-os a lançarem seus próprios candidatos, o que poderia garantir a eles mais espaço na TV em um segundo turno contra a presidente Dilma, se não com o seu próprio candidato, com um por ele apoiado. Aliás, em São Paulo e Paraná até mesmo o PMDB vem sendo cortejado pelos governadores, o mesmo acontecendo em Minas Gerais, Alagoas, Goiás, Roraima e Pará.
Não se pode esquecer que o PSB de Eduardo Campos, um candidato em potencial, não se perfilou ao lado do PT nas eleições municipais, tendo feito um razoável número de prefeitos destacando-se Recife, Fortaleza e Belo Horizonte, derrotando os candidatos petistas.
O próprio Eduardo Campos sai na frente. Tido como "a nova estrela do Nordeste", detentor de um capital de votos capaz de arrastar hordas de correligionários ao poder, Campos encontra-se na confortável condição de ser cobiçado inclusive pelos opositores, que sonham com uma chapa formada por ele e o tucano Aécio Neves. Sua aliança com Marina Silva representa um peso a mais na balança da oposição. Aécio, no entanto,desde já toma postura de candidato.
Pesquisas dadas a público no último dia 17 mostram o seguinte quadro: Dilma Rousseff tem 21,3% da intenção espontânea de voto. Em seguida, aparecem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (5,6%), que não figura entre os pré-candidatos; o senador Aécio Neves (5,6%), Marina Silva (3,5%) que também não é pré-candidata e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (1,6%). Essa foi uma pesquisa espontânea, na qual não são apresentados nomes de possíveis candidatos.
Na intenção de voto estimulada, quando são apresentadas opções de candidatos, Dilma Rousseff tem 43,7% da intenção de voto, Aécio Neves tem 17% e Eduardo Campos, 9,9%. Em um segundo cenário, no qual Marina Silva é candidata no lugar de Eduardo Campos, Dilma Rousseff tem 40,7% das intenções de voto, Marina Silva, 20,6% e Aécio Neves, 15,1%.
Vale notar que a sra. presidente, que até às manifestações de junho do ano passado contava com folgados 80% de aprovação, viu esse índice cair a 31%, embora o tenha recuperado, mas não passa dos 50%. Ela, que assumira o compromisso de concluir as obras inacabadas do presidente Lula não realizou nenhuma obra de vulto para a sua "vitrine" eleitoral. O PAC 3 não andou, tanto que a sua denominação de "Mãe do PAC", assim batizada pelo seu antecessor, foi esquecida. A principal obra capaz de gerar votos que poderiam fazer a diferença, a transposição do rio São Francisco permanece estagnada. O Programa "Minha Casa Minha Vida" não atingiu os índices prometidos.
Quanto à reforma agrária, embora o governo afirme que assentou 27 mil famílias, as lideranças do MST, falam em apenas 7 mil. Daí aqueles que integram o movimento acreditarão em seus líderes. E não é de se desprezarem os "sem terra" que formam um contingente eleitoral de peso.
J. V, Rodrigues
 "Eleitor, vote conscientemente, não desperdice o seu voto"

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