A cidade de Rondonópolis perdeu no último dia 5 de novembro, talvez um dos seus principais ícones culturais. Trata-se do advogado, escritor, jornalista e historiador Ailon do Carmo. Ele, apesar de ter nascido em Guiratinga, trazia em sua alma a essência do povo de Rondonópolis. Talvez se tirássemos um retrato do rondonopolitano, estaria estampada na foto a cara de Ailon. Frequentador do estádio Luthero Lopes, Ailon sempre gostava de falar e dar os seus pitacos com relação ao União, apesar de ser frequentador de uma ala da torcida conhecida como Faixa de Gaza, onde se concentravam torcedores do Vila Aurora e União. Certa vez, entrou em uma grande polêmica daquelas ao criticar uma camisa comemorativa relacionada ao título do União em 2010. Ailon era apaixonado por Rondonópolis e torcedor sim, do Vila Aurora e do Dom Bosco da capital. No Vila contribuiu com o hino do clube que ficou muito conhecido em 2005, quando o Vila foi campeão estadual. Mas, ele sempre foi um visionário. Ailon que fez parte da Academia Mato-grossense de Letras, ajudou a criar e fundar a Academia Rondonopolitana de Letras, onde foi membro fundador e dono da cadeira número 1. Ele sempre trabalhou em diversos tipos de obras literárias, mas falar da história de Rondonópolis sem ler ou ter lido, uma obra de Ailon é quase uma heresia. Suas pesquisas esclareceram dúvidas e deram rumo a personagens que por muitos momentos passaram quase que despercebidos pela cidade, que cresceu muito e pouco preservou o seu passado. Ele era uma espécie de guardião da história local, trabalhando muito em sua divulgação e, principalmente, para que as pessoas entendessem como está a cidade nos dias de hoje e a importância de seus pioneiros. Ailon ainda esclareceu uma grande dúvida geográfica que ficou na cabeça de pessoas, ele conseguiu provar por A mais B, que a cidade nunca esteve no Sul de Mato Grosso e sim na região Sudeste do Estado. Tanto é verdade que até mesmo o IBGE reconheceu a tese de Ailon e apresenta Rondonópolis como município polo da região Sudeste do Estado. Para muitos era uma excentricidade dele, mas o tempo provou que não, foi apenas mais uma correção histórica com relação à nossa cidade.
DA REDAÇÃO
