O fogo e 2020

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Há três décadas, venho pesquisando a historia do fogo florestal no Brasil e no mundo, e posso assegurar que nunca o país Brasil, passou por situações tão devastadora ambientalmente falando com fogo florestal nos ecossistemas brasileiros como os incêndios florestais ocorridos em 1998 e 2010.

 

Mas, porém, contudo, todavia a que mais repercutiu no país e mundo em 2019 no que se refere a fogo florestal (queimada erroneamente falada por jornalistas que não sabem a diferença entre queimada e incêndio florestal, foi o falatório jornalístico de 2019, algo fora do comum uma verdadeira panaceia com jornalistas dizendo o que sabiam e o que não sabiam também.

Penso sinceramente como pesquisador atuante nas últimas quatro décadas que a desinformação de quem deveria informar corretamente a sociedade sobre uma questão tão séria, fez um papel inverso acarretando prejuízos ainda mais devastador do que o próprio fogo, por assim dizer.

 

A informação passada ou repassada de maneira errônea sem base cientifica sustentável é ainda mais nociva aos cientistas, pesquisadores, sociedade e ao cidadão comum leigo no assunto. Há um ditado interessante que profetiza” cada um no seu quadrado, quando não se sabe o que falar, o melhor é ficar calado” prejudica menos.

 

Como se sabe, todos os centros de pesquisas climatológicos, cientistas e pesquisadores espalhados pelo mundo desde de 1880 vem se desdobrando em pesquisas sobre a evolução e alteração do climáticas no planeta para amenizar impactos a vida. Seja  no meio biótico ou abiótico.

 

Cujo objetivo é pesquisar as variáveis climáticas e sua evolução no mundo para entender estes fenômenos naturais ou antropogênicos que ocorrem no dia-a-dia ou em intervalos de tempos variáveis ou cíclicos e períodos, visando entender essa realidade.

 

Só para citar um exemplo, desde 2015 nos pesquisadores e cientistas estamos alertando as autoridades brasileiras sobre a ocorrência do Fenômeno El Niñio que 2019 no país, o mundo cientifico sabia que sua presença no país seria real, como foi em 1998. 2001,2004… 2010 … 2014… e agora em 2019.

 

Mais como se sabe o Fenômeno El Niñio ocorrido em 2019 se quer passou perto do Fenômeno El Niñio ocorrido em 1998. Porém, o estardalhaço midiático de maneira vesga para não dizer caolha foi no mínimo um milhão de vezes maior em termo de divulgação sem noção dos fatos reais.

 

Em 2019, grande parte dos ecossistemas mundiais queimaram, como exemplos: Estado Unidos, Portugal, Espanha, Colômbia, Chile até a Sibéria! A Austrália continua ardendo em chamas até hoje, em grande partes desses ambientes (com exceção do ecossistema amazônico, vidas humanas foram ceifadas). Prejuízos econômicos, ambientais e sociais atingiram os ecossistema de maneira irreparáveis.

 

No ecossistema Amazônico ocorreu a queima de vegetais, houve morte de animais da fauna silvestre e doméstica brasileira, porém, sem grandes impactos ambientais, vez que a queima de vegetais se resumiu a vegetação antropisada e desvitalizada, gramínea e serapilheira. Ademais, como se sabe floresta tropical úmida não pega fogo, só na boca ou na visão vesga de jornalistas ambientalmente desinformado.

 

Até o papa Bergoglio que deveria estar se preocupando e cuidando de sua missão basilar a vida humana pondo em pratica e elevando o nato intrínseco espírito altruísta próprio de nós seres humanos, virou ecologista de carteirinha para que?

 

Com tanta tecnologia disponíveis no mundo ainda não se permitem valorar ou precisar esses impactos ambientais tão gigantescos mundo afora? Quem vai pagar a conta? Quem foram os culpados por estes sinistros ocorridos? Quais foram às causas? naturais? Antrópica?

 

Como se vê estes sinistros tiveram duas origens, sendo a última a mais agravante! Explica-se! Na primeira situação este pode ser de fato um fenômeno cíclico natural e tem-se elementos dados estatísticos com serie históricas que pode comprovar esse fenômeno cientificamente.

 

Para o segundo questionamento, vem sem dúvidas à omissão do poder público e seus gestores por não agir responsavelmente como gestor no papel que lhe cabe. As legislações ambientais brasileiras em vigor no país, especialmente as editadas partir da década de 90, assegura responsabilidades especificas as instituições públicas e a iniciativa privada visando a preservação da vida e o bem estar da coletividade.

 

ROMILDO GONÇALVES é biólogo, professor pesquisador em Ciências Naturais da Ufmt/Seduc