As chamadas Blitz com o foco de melhorar a segurança pública em nossas ruas sempre serão bem-vindas e aprovadas pela nossa população em todos os aspectos, afinal quem não quer andar tranquilamente pelas nossas ruas sem riscos de assaltos ou outro tipo de violência urbana. O sistema de blitz que ocorreu nesta primeira semana de março, nos moldes em que vimos, a não ser que estejamos enganados, tem outro perfil. Na verdade, a chamada blitz seletiva, onde se utiliza radar com tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR, na sigla em inglês), em que as placas de carros e motos são identificadas e passam por um monitoramento, dependendo da forma, horário e local que é realizada pode passar a ter um caráter meramente arrecadatório, pois o sistema não consegue com precisão identificar se há um criminoso dentro do carro e sim, se o veículo em questão está ou não com a documentação em dia. Na realidade, carros e motos roubados também são identificados, mas dificilmente criminosos vão andar tranquilamente nas ruas em horários de picos, o sistema de segurança sabe muito bem, que ladrões de carros andam à noite ou em horários em que não há muita gente nas ruas, até mesmo pelo simples motivo que esses criminosos não perdem tempo nas ruas da cidade, eles ganham as rodovias para levar o produto de roubo para fronteira, ou em caso de sequestro relâmpago, largar o veículo em bairros da periferia e não em ruas centrais onde estão ocorrendo as blitz. Por outro lado, temos que reconhecer que é obrigação do cidadão, andar com os documentos dos seus respectivos veículos atualizados e com os impostos todos pagos, como manda Lei. Mas, reconhecemos que em tempos de crise, pagar qualquer imposto em dia, é algo quase que impossível, aliado a isso a inoperância do Estado (em todas as esferas) em atender as demandas básicas para o cidadão. Para complicar ainda mais existe uma grande burocracia que dificulta o dia-a-dia do cidadão que sonha, por exemplo, em se regularizar; em muitos casos para retirar uma simples guia, dependendo da situação do contribuinte, o mesmo tem que se deslocar para a capital do Estado e com isso tem um prejuízo enorme, pois somente esse deslocamento até Cuiabá aumenta ainda mais o gasto do cidadão. Talvez seja o momento de se fazer blitz, não da forma em que está colocada, mas de maneira educativa; explicando para as pessoas que é preciso se regularizar e se possível dar um prazo para isso. Da forma que está fica muito complicado, pois o cidadão além de correr para se organizar, ainda precisa pegar o guincho e a estadia do veículo irregular no Pátio, tudo isso, poderia se evitado, se a forma fosse diferente, que a blitz fosse um alerta e que na próxima sim, o cidadão estaria sim correndo o risco de todo esse ônus. Portanto, vamos torcer para que nas próximos blitz haja um caráter educativo e também que ajude na questão da segurança pública.
