A necessidade de corte de gastos públicos por parte de novos gestores que vão tomar posse no dia primeiro de janeiro do ano que vem é uma realidade. Quase todos os eleitos apresentam um discurso semelhante de fazer junção de pastas e cortar preferencialmente cargos comissionados da estrutura de poder e diminuir os gastos, deixando a máquina pública mais eficiente e enxuta.
A junção ou extinção de secretarias é quase que uma receita de quem está prestes a sentar na cadeira de executivo. O problema é saber até que ponto trata-se de realmente uma economia, em alguns casos. Muitos quando aprofundam os estudos acabam voltando atrás.
Pois há em muitos governos, algumas secretarias que se forem extintas ou anexadas em outras pastas poderá gerar mais prejuízos tanto financeiros como políticos do que se fossem mantidas.
No entanto, é exatamente em cima do chamado custo benefício que os governos devem analisar o fechamento desta ou daquela secretaria. A conta, com toda a certeza, não deve ser feita a curto prazo e sim a longo prazo, somar os benefícios da decisão daqui a dez anos.
Com relação aos comissionados a conta é mais simples, basta o governante comparar o custo do mesmo com o concursado, e se esse for menor, tem que cortar mesmo. No entanto, há casos em que manter o comissionado onera menos os cofres públicos do que colocar um concursado ou efetivo para fazer o trabalho. Isso vale para casos onde há a necessidade de horas extras. O comissionado, neste caso, fica mais em conta para o Poder Público.
Vale também neste início de gestões cortar alguns confortos comuns em governos como os famosos palácios, onde moram os governadores. Esses prédios representam altos custos e em pouco ou nada ajudam, pois é mais econômico, o gestor acabar morando em sua própria residência do que ir para um palácio oficial. Fora o gasto com energia e funcionários em um palácio deste tipo.
Muitos desses palácios deveriam ser extintos, como ocorreu em Mato Grosso, na primeira gestão de Blairo Maggi, que abriu mão de uma palácio oficial e foi morar em seu próprio apartamento no período em que comandou o Estado.
Depois de Blairo, ninguém mais morou em residência oficial, e o perfil está mantido até os dias hoje, uma economia incalculável aos cofres públicos.
Outro problema que aos poucos está se acabando é a aposentadoria especial de ex-governadores. Em Mato Grosso, isso já é coisa do passado, mas ainda há estados no país que pagam.
Está na hora também dos novos gestores abrirem mão de carros oficiais, eles podem ir trabalhar em seus próprios carros, assim como faz uma parcela considerável da população, pois se ideia e tornar a máquina pública mais enxuta e eficiente, nada mais justo do que o exemplo, sempre vir de cima.