Durante a semana, muito se debateu sobre a atuação da mulher na política. O motivo é bastante óbvio, pois nos últimos dias 8 de março foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, e é justamente nesta data que, na maioria das vezes, a atuação da mulher no setor político é lembrada pela sociedade.
Na realidade, o dia da participação da mulher na política deve ser lembrado todos os momentos, até mesmo porque, durante algum tempo, a mulher foi impedida de votar ou até mesmo de colocar seu nome à disputa, e toda e qualquer conquista nesse sentido tem que ser comemorada.
No começo do século passado, era quase que inaceitável uma mulher disputar um cargo público ou até mesmo o ato de votar. Essas mudanças ajudaram, e muito, a fazer com que as mulheres passassem a se interessar pela política e entrassem na disputa por cargos públicos.
No Brasil, o ápice da conquista da mulher na política está mais do que claro, foi quando Dilma Rousseff subiu pela primeira vez a rampa do Palácio do Planalto, sendo eleita presidenta da República em 2010. Dilma foi reeleita presidenta em 2014, mas acabou sendo cassada numa história até hoje mal explicada, envolvendo as chamadas pedaladas fiscais.
Porém, na esfera local, a participação da mulher é ainda tímida. Obviamente, já se elegeu vereadora em Rondonópolis. A professora Marlene Silva de Oliveira Santos, por exemplo, foi a primeira mulher a ser eleita presidente do legislativo local.
No entanto, Rondonópolis elegeu uma mulher ao cargo de prefeita. É importante lembrar e afirmar que apenas uma vez uma mulher ousou em disputar a prefeitura de Rondonópolis e foi a própria professora Marlene que colocou seu nome à disputa em 1992.
Marlene entrou numa disputa contra dois pesos pesados da política na época, o ex-prefeito, ex-governador de Mato Grosso Carlos Gomes Bezerra e o ex-deputado estadual Moisés Feltrin.
Ela acabou ficando na terceira posição naquela disputa, mas entrou para a história como a primeira mulher a tentar ser prefeita de Rondonópolis via voto direto.
O exemplo de Marlene, com toda certeza, incentivou outras mulheres a entrarem na política e também a tentar cargos maiores.
Prova disso é que a ex-primeira-dama de Rondonópolis, Tetê Bezerra, foi eleita deputada estadual e deputada federal. Há também a ex-primeira-dama de Rondonópolis, Ana Carla Borges Muniz, que ficou como suplente de deputado estadual, chegando a assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa. O mesmo vale para a professora Vilma Moreira dos Santos, que foi vereadora suplente de deputado estadual e também chegou a assumir o mandato na Assembleia de Mato Grosso, assim como Marília Salles e Valéria Bevilacqua, que foram vice-prefeitas de Rondonópolis.
No entanto, está mais do que claro e latente que é o momento das mulheres voltarem a disputar cargos maiores na política local, inclusive tentar a prefeitura, assim como fez Marlene em 1992. Nomes capazes para isso não faltam; o que falta, na realidade, é uma verdadeira oportunidade com todas as garantias políticas e financeiras de se fazer uma eleição competitiva contra homens que estão na disputa.