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terça-feira, dezembro 3, 2024

O exemplo de Marchiane

A decisão da presidente da Associação Comercial e Industrial de Rondonópolis (Acir), Marchiane Fritzen, de se afastar do cargo devido ao período eleitoral é louvável. Tudo indica que ela pediu afastamento do cargo em razão de já ter claro o seu posicionamento político. A empresária não esconde de ninguém que apoia o pré-candidato Thiago Silva, do MDB.
Mas, muito mais do que isso, ela entendeu que a entidade à qual foi eleita para ser presidente deve manter uma postura de imparcialidade no processo político, e sua presença na presidência poderia contaminar a Acir e, em tese, prejudicar os seus associados. Todos sabem que, quando ela foi eleita presidente da Acir, ela estava inserida na política, havia disputado uma eleição, e, mesmo assim, não deixou que os interesses pessoais interferissem no andamento da Acir.
Os interesses de uma entidade de tamanha representatividade e importância como a Acir devem ficar sempre acima dos interesses políticos e pessoais dos seus dirigentes. Afinal, os dirigentes passam, mas a entidade permanece. Vale ressaltar que a Acir, em outros momentos, teve participação efetiva no processo eleitoral, realizando grandes debates, sabatinas e esclarecendo a posição deste ou daquele candidato sobre o que realmente interessa à entidade: o interesse econômico da cidade.
Desta forma, a Acir deve ficar livre para o debate, sem a marca deste ou daquele candidato. O exemplo de Marchiane, na realidade, deveria ser seguido por todos os dirigentes de entidades de Rondonópolis, por dois motivos: o primeiro é que um posicionamento político acaba levando a entidade para o caminho eleitoral e suas ações acabam se perdendo em meio ao debate político; o segundo é que, de uma forma ou de outra, acaba influenciando a posição dos associados.
Uma das entidades classistas mais importantes de Rondonópolis e que tem muita credibilidade junto à sociedade local é a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que desde a sua fundação também teve essa postura de imparcialidade e deve mantê-la no decorrer deste processo.
Caberá nestas eleições tanto à Acir quanto à CDL apresentar propostas aos candidatos com o intuito de atender às necessidades do setor que elas representam e, mais: cobrar efetivamente dos três pré-candidatos uma política que realmente atenda ao empresariado local, obviamente sem criar rusgas entre os setores da gestão.
Por outro lado, seria interessante também trazer para essa discussão os demais setores e entidades que realmente se mostrarem imparciais. Caso seus dirigentes reconheçam que defendem este ou aquele candidato, que façam como Marchiane: deixem a entidade em nome da independência e imparcialidade política.

Fonte: Da Redação

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