Tivemos uma semana da Pátria marcada por protestos e polêmicas. Antes de discorremos sobre o foco deste texto é preciso dizer que este veículo de comunicação entende e defende o direito das pessoas de se expressarem e fazer os devidos protestos. A democracia permite esse tipo de protesto, desde que seja dentro da ordem cívica e que, principalmente, todos os direitos sejam colocados na prática. No entanto, o que chamou a atenção foi a carta aberta à nação divulgada pelo presidente na última quinta-feira (9), dois dias após os protestos organizados por seus apoiadores. Com todo o respeito, neste documento, o presidente pela primeira vez, neste mandato, se comportou como um estadista. Sim, Bolsonaro teve uma postura fina e muito coerente. O primeiro aspecto no documento que precisa ser elogiado foi a humildade do presidente em fazer um mea-culpa diante dos atos de sete de setembro e os ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre Moraes. “Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.
Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake News. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art. 5º da Constituição Federal”, escreveu o presidente. Na carta, Bolsonaro ainda reconheceu a importância das instituições para manter no Brasil, o estado democrático de direito. “Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles”, completou.
Ao ler e tentar entender esse documento ficou claro que os protestos de sete de setembro poderiam ter sido evitados e pelo visto faltou uma palavra que antes não estava no dicionário de Bolsonaro e agora está, trata-se de diálogo. O presidente precisa dialogar mais com as instituições, pois a solução neste momento paro Brasil, não é o confronto, muito menos a provocação entre os dois lados; e sim a união de todos os poderes em torno de um bem maior, que é o povo brasileiro. Se isso for feito; já é meio caminho andado.
Da Redação