Diante do cenário que a pandemia do novo coronavírus tem provocado, o que posso dizer é um apelo: proteja-se o quanto puder. Estamos em um dos momentos mais críticos da pandemia. Em Mato Grosso, iniciamos a semana com um recorde de 86 mortes em 24h provocadas pelo vírus, somando 6.456 mortes em um ano de pandemia no Estado.
Para se ter ideia do que isso significa, é como se a população de toda uma cidade do tamanho de Bom Jesus do Araguaia (que fica há 850 km de Cuiabá), tivesse morrido. É, sem sombras de dúvidas, algo estarrecedor.
Enquanto o ritmo da vacinação continua a passos lentos, a única solução que nos resta é nos cuidar. Estamos no pico de uma grande onda de contágio, com diversas novas cepas em circulação e com total descontrole da pandemia. E agora não adianta procurarmos culpados pela tragédia, precisamos, sim, encontrar formas urgentes para evitar que ela avance com seu rastro destruidor.
Por enquanto, nossa população recebeu 168.954 mil doses da vacina, o que na prática corresponde a primeira e segunda doses para profissionais da saúde, indígenas e parte do grupo de idosos com mais de 80 anos.
Na linha de frente do combate à covid estamos em uma luta diária para salvar o máximo de vidas possível. No Hospital São Mateus, em Cuiabá, onde ocupo o cargo de diretor-técnico, desde o começo da pandemia temos empenhado esforços até então inimagináveis para garantir que os pacientes possam ser recebidos com a maior dignidade possível e serem tratados seguindo os protocolos adotados para o tratamento desses pacientes.
A situação não é fácil. A saúde, pública e privada, já chegou ao seu limite – para não dizer, em alguns casos, que colapsou.
Como ainda não sabemos quando vamos estar livres da pandemia, eu faço um apelo a você que lê este artigo: cuide-se, respeite as regras de biossegurança, não aglomere, use máscara, higienize constantemente suas mãos, mantenha a distância mínima de 1,5 metro e preserve a sua vida, da sua família, dos seus amigos, vizinhos e da comunidade.
Parece repetitivo que todos os profissionais da saúde insistam tanto nestas recomendações aparentemente simples, mas diante da crise que estamos vivendo, com recordes diários de mortes e contágio, as vozes da ciência ainda precisam se fixar ainda mais na consciência coletiva.
Não existe um novo normal. Existe um contemporâneo de caos, que nós não queremos que se perpetue e muito menos que faça mais vítimas em massa como temos presenciado. Não podemos nos acostumar com essa situação, não podemos ousar chamar isso de normal. Todos os dias até o fim da pandemia deverão ser de alerta e de cuidado. Chegou a hora de cooperarmos para garantir que esse equilíbrio mínimo possível aconteça o mais breve possível. Cuide-se!