O ANIVERSÁRIO DE CRUZ E SOUSA

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No último dia 24 de novemvro, Cruz e Sousa, o maior simbolista brasileiro, completaria cento e cinquenta e oito anos demidade. Não vimos muitas comemorações em mais este aniversário do mais importante escritor catarinense, um dos mais importantes do país. Nos últimos anos têm sido publicados alguns livros sobre o Cisne Negro, como “Cruz e Sousa, o Poeta Alforriado”, lançado em 2011. Trata-se de um biografia romanceada, com o objetivo de resgatar a memória do grande poeta catarinense que não foi reconhecido em vida. E outros surgiram, com o mesmo propósito. Aliás, devemos divulgar mais e mais, por todos os meios, a obra do poeta maior, para que as pessoas não fiquem achando, no máximo, que ele é um nome de rua ou de um palácio, sem ao menos saber porquê.
Isso me lembra o nosso saudoso Lauro Junkes, que foi, talvez, o mais atuante presidente da Academia Catarinense de Letras. Ele era o grande divulgador da literatura catarinense. Tenho quase certeza de que estava preparando alguma obra sobre Cruz e Sousa para lançar em meados da década passada. Lauro era um estudioso dos grandes escritores da terra e, se não tivesse ido para o andar de cima, fazer companhia a Quintana, Coralina, Delfino e outros, teríamos, sem dúvida, mais um trabalho seu sobre Cruz e Sousa.
Que continuemos divulgando Cruz e Sousa, não só em Santa Catarina, mas em todo o Brasil, para que nossos leitores em formação saibam quem ele foi, para que conheçam a grandiosidade da sua obra. O Grupo Literário A ILHA, o mais perene do gênero, vem fazendo isso, publicando poemas do maior Simbolista brasileiro em suas revistas SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA e ESCRITORES DO BRASIL.

Aliás, uma das poucas homenagens e a mais importante de todas, feitas ao nosso grande poeta catarina, foi o mural dele feito em três edifícios no centro de Florianópolis, que dão para os jardins do Palácio Cruz e Sousa e para a Praça da Figueira, ícones da capital catariense. A outra foi a matéria de capa da revista ESCRITORES DO BRASIL.
O painel, de pelo menos 900 metros quadrados, retrata o poeta, o Cisne Negro que o representa e um poema Enlevo. E tenho que dizer, infelizmente, tendo aos seus pés o malfadado MEMORIAL CRUZ E SOUSA, construído em 2010 para abrigar os restos mortais do Poeta Maior, reinvindicados pelo Estado de Santa Catarina, mas que nunca foi usado para nada e está apodrecendo no tempo para quem quiser ver, sem nenhuma perspectiva de restauração.

SAUDADES DE CRUZ E SOUSA

(Luiz Carlos Amorim)


A poesia catarina

tem um nome:

Cruz e Sousa.

A nossa poesia tem cor:

tem a cor da sua pele,

a cor alva dos seus dentes,

tem a cor do seu olhar,

tem a cor da sua alma,

a cor do seu coração;

tem todas as cores.

A poesia tem idade,

a idade da saudade:

mais de cem anos

 

sem o poeta…