A política mato-grossense começa a ferver nos bastidores, e o Presidente do PL em Mato Grosso, Ananias Filho, já acendeu o sinal de alerta.
Se a direita não apresentar um projeto unificado para 2026, há um risco real de perder espaço para candidaturas progressistas.
A preocupação não é infundada, e os movimentos recentes no tabuleiro político indicam que a fragmentação pode ser o maior inimigo do próprio PL.
A declaração de Ananias veio durante o Encontro dos Prefeitos, organizado pela Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Questionado sobre as articulações para um projeto único que una a direita bolsonarista ao grupo do governador Mauro Mendes (União Brasil), o dirigente foi enfático: ou se constrói uma estratégia conjunta ou a direita pode sair enfraquecida.
A questão central é que, apesar do crescimento do PL no estado, a sigla ainda fica atrás do União Brasil em número de prefeitos eleitos.
E quem acha que Mauro Mendes trocaria o União pelo PL está redondamente enganado.
Pelo contrário, a legenda governista deve se fortalecer ainda mais com a provável candidatura de Mendes ao Senado e da primeira-dama, Virgínia Mendes, à Câmara Federal.
Com a máquina pública estadual nas mãos, a legenda tem potencial para dobrar sua bancada federal para quatro deputados e ampliar de quatro para seis o número de cadeiras na Assembleia Legislativa.
Já o PL enfrenta outro dilema: o impacto dos novos desdobramentos da denúncia contra Bolsonaro, que pode afastar alguns políticos que, até então, surfavam na onda bolsonarista.
O cenário político em Mato Grosso revela que o PP, liderado pelo empresário e ex-senador Cidinho dos Santos, será uma peça-chave para 2026.
Com sua influência e capacidade de articulação, o partido pode desempenhar um papel decisivo, seja optando por fortalecer a direita, seja alinhando-se à esquerda.
Esse protagonismo coloca o PP em uma posição estratégica, capaz de inclinar o jogo político em qualquer direção, dependendo das alianças que decidir construir.
Enquanto isso, o Republicanos já tem seu pré-candidato ao Palácio Paiaguás: o vice-governador Otaviano Pivetta.
E onde entra o pesadelo de Ananias Filho?
No possível ingresso do empresário Odílio Balbinotti no PL, com interesse em disputar o governo estadual.
Esse movimento pode gerar uma rachadura profunda dentro do partido, que já tem como pré-candidato o Senador Wellington Fagundes.
Fagundes, apesar de alinhado à cúpula nacional do PL, encontra forte resistência entre os bolsonaristas mais ferrenhos, que inclusive tentam desmobilizar essa pretensão do Senador.
Em meio a esse jogo de xadrez, o PL se vê mais próximo da desintegração do que da unificação.
O que deveria ser um movimento estratégico para consolidar a direita no Estado tem se tornado um campo minado de disputas internas.
Enquanto isso, a ala progressista, coesa e organizada, avança silenciosamente.
O recado é claro: sem unidade, não há vitória.
O alerta de Ananias Filho vai além de um simples diagnóstico político; é um chamado à ação para que os líderes da direita em Mato Grosso deixem de lado interesses individuais e, juntos, construam um projeto sólido e unificado. A história já mostrou que divisões internas são o caminho mais curto para a derrota.
Se o PL quer evitar o mesmo destino, a hora de agir é agora.
A política não perdoa os indecisos, e 2026 está logo ali.
*Os artigos são de responsabilidade de seus autores*