O processo eleitoral de 82 foi sem dúvida um dos mais disputados da história de Rondonópolis, tanto é verdade que décadas depois daquele processo, o debate sobre o resultado ainda é intenso, entre os mais antigos e até mesmo entre os mais jovens na política. No entanto, a disputa acirrada não significou participação do eleitor.
De acordo com dados exclusivos conseguidos pela Folha Regional junto ao Tribunal Regional Eleitoral , a cidade de Rondonópolis tinha naquela época uma população estimada em 97 mil habitantes e 48.496 eleitores cadastrados.
No entanto, na votação daquele ano, foram as urnas 32.861 eleitores e com isso 15535 votantes estiveram ausentes, o que representa uma abstenção de 15.535 pessoas.
Para se ter uma ideia, o volume de abstenções em Rondonópolis no processo eleitoral de 82, foi o terceiro maior da região, apenas Dom Aquino com 36% de abstenções e Juscimeira com 33,6 tiveram índices maiores do que Rondonópolis.
A explicação, neste primeiro momento, é que a zona rural da cidade era muito maior do que é hoje e a ida dos eleitores aos postos de votação devido às distâncias e as condições precárias das estradas e acessos aos postos de votação.
Para ser uma ideia da representatividade destes números, nenhum dos candidatos que disputaram a prefeitura teve mais votos do que os ausentes. O vencedor daquele processo, o então deputado Carlos Bezerra teve 13.429 votos, o segundo colocado Moisés Feltrin ficou com 5.950 votos.
Mesmo somando os votos da chapa de Bezerra com Antônio Estolano, não chegaria ao total das abstenções. A chapa somou total 15.034 votos e o número de eleitores faltosos foi de 15.535.
O número de abstenções em 82 fica mais absurdo se comparado ao processo eleitoral de 2016, quando o atual prefeito Zé do Pátio venceu aquele processo. Pátio superou as candidaturas de Percival Muniz, Rogério Salles e Rubens Cantuário. Naquele processo 26.928 eleitores deixaram de votar o que representou apenas 18,57% de abstenções.