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segunda-feira, novembro 25, 2024

NOVOS CONCEITOS DE GESTÃO

No contexto político atual, a cada dia, a gestão pública vem exigindo cada vez mais dos seus gestores. Alguns, entretanto, ainda estão arraigados a idéias ultrapassadas e a própria globalização está a exigir adaptação a novos conceitos.
A gestão pública, intrínseca aos políticos em cargos executivos, muito tem a ver com a gestão empresarial. No entanto, nem sempre é esta a visão de muitos daqueles que regem os destinos de um estado ou município que entendem a gestão pública apenas como uma missão política.
No contexto da moderna administração o que mais estimula e propicia o desenvolvimento do gestor publico é a sua efetiva participação no trabalho, deixando de lado as eventuais desavenças políticas, próprias do período eleitoral, n não raro levando os desentendimentos para uma questão meramente pessoal vendo seus adversários políticos como inimigos. Ulysses Guimarães doutrinava: “ em política não existem inimigos, existem adversários, opositores. o que é salutar para a boa administração”. E Tancredo Neves dizia: “adversários políticos só em tempo de eleição”.
Entretanto para o bom desempenho político faz-se necessária a oposição inteligente que atua como fiel da balança, como verdadeiro ponto de equilíbrio, assegurando o pleno exercício da democracia. Aliás, até mesmo em regimes ditatoriais existe oposição. Haja visto que em nossa pátria, nos anos de chumbo do regime militar, a oposição sempre esteve presente, sem temores, sem se acovardar, fazendo-se sempre presente. Dessa época destacam-se verdadeiros ícones da política nacional. Dentre tantos outros, destacaram-se: Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Márcio Moreira Alves, Theotônio Villela, Arthur da Távola, Dante de Oliveira, e outros mais, todos do MDB, o partido da oposição, hoje `PMDB. Outros nomes também se destacaram na oposição, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Fernando Gabeira, sem falar daqueles que selaram com o próprio sangue páginas heróicas de democracia, e que infelizmente, a poeira do tempo legou ao esquecimento.
Quando um político assume um cargo executivo, em uma prefeitura, por exemplo, sempre vai encontrar obras em andamento, negociações em prol do município e outras atividades mais, deixadas pelo seu antecessor e que requerem continuidade. Infelizmente, nem sempre é o que acontece.
Para o bom exercício da administração pública é condicionamento básico que o gestor tenha em conta quando da tomada de decisões não os interesses pessoais ou daqueles que lhe estão volta, ou “padrinhos políticos”, mas sim os anseios da população como um todo e não somente daqueles que o elegeram.
Quando todos se sentem responsáveis e participantes do processo o
desenvolvimento é uma conseqüência natural.
Para bem administrar, não só na área privada, mas também e, sobretudo, no serviço público impõem-se as características da administração, a saber: comunicação, autoconfiança, sociabilidade, hábitos de trabalho – auto-organização, sentido profissional, flexibilidade, iniciativa, liderança, responsabilidade profissional.
É importante ressaltar que todas as profissões, incluindo-se o serviço público, implícita ou explicitamente, têm seus valores morais cuja denominação é: É T I C A.
Em sua expressão mais simples a ética é definida como “conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão”. A moral é “tudo aquilo que procede em conformidade com a honestidade e a justiça” É oportuno lembrar que estes conceitos andam muito em baixa, principalmente entre alguns dos representantes do povo no meio político.
Sendo as atividades do gestor público sempre voltadas para o atendimento das necessidades humanas e seu bem estar, espera-se sempre desses profissionais um comportamento e uma atitude compatível com sua função.
São ainda atributos do gestor público: DINAMISMO para não limitar sua capacidade produtiva, INICIATIVA para maior eficácia no trabalho, PERSISTÊNCIA e determinação para não se deixar abater, TATO para adaptar-se às pessoas e ambientes, IMAGINACÃO E CRIATIVIDADE sempre em busca de novas opções de realização, JOVIALIDADE, necessária ao bom relacionamento pessoal e profissional, HONESTIDADE como forma de respeito e continuidade profissional, CORDIALIDADE, o que assegura a aceitação junto às pessoas e ao meio social e profissional, ENTUSIASMO como fator fundamental para o sucesso.
O gestor público consciente da importância da sua função está em permanente estado de alerta, buscando, a cada dia novas formas que lhe assegurem a obtenção de resultados cada vez melhores e em processo de contínuo auto-desenvolvimento,
Tudo isso se resume em três palavras: BOM RELACIONAMENTO HUMANO.
O gestor público de Rondonópolis, no exercício da sua profissão, ao que nos parece, ainda não se encontrou com essa moderna concepção de gestão pública. Em sua campanha política alardeava ter exercido secretarias municipais, esquecendo-se de que o fizera ainda no século passado. A administração Rogério Salles ocorreu de 1994/96. Há treze anos. E da administração Bezerra (1997/2000) já se vão nove anos. Politicamente nesses anos todos muita água correm por baixo da ponte. Em política o dia de hoje, ao final do dia, já é passado. O gestor político dos nossos dias não pode viver do saudosismo. A dinâmica do próprio tempo exige que a sua visão esteja adiante do próprio tempo.

J.V.Rodrigues

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