Novo tratamento contra depressão chega a Mato Grosso

Quem já teve algum caso na família de depressão ou convive com o problema sabe como é difícil vencer esse mal que já afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo crescido 18% de 2005 a 2015. A fim de propor novos tratamentos para este problema, três médicos psiquiatras de Mato Grosso estão implantando o serviço de Eletronconvulsoterapia (ECT) contemporâneo.
O tratamento, que hoje é disponível apenas nos grandes centros, tem contribuído para salvar vidas. De acordo com a médica especialista em psiquiatria pela Associação Médica Brasileira e Associação Brasileira de Psiquiatria, Andréa Fetter Torraca, a ECT é um procedimento médico seguro, eficaz e cientificamente comprovado, realizado através de indução de estímulos elétricos em algumas regiões cerebrais com o objetivo de reorganizar as funções neuroquímicas e nos circuitos neuronais alterados em determinadas doenças psiquiátricas.
O médico especialista em psiquiatria Carlos Renato de Lima Periotto explica que as dificuldades de internação, pela falta de uma unidade especializada na área no estado, motivaram a equipe médica a buscar pela alternativa. “A condução de pacientes suicidas e graves no consultório é um processo lento e nem sempre efetivo, além de todo sofrimento dos familiares. Como sabemos da efetividade deste tratamento e de várias famílias que tem buscado pela ECT fora de Mato Grosso, decidimos dispor do tratamento aqui”.
Como funciona
A ECT promove uma reorganização do cérebro através da liberação dos principais neurotransmissores envolvidos nos transtornos mentais, incluindo serotonina, noradrenalina, dopamina e glutamato. Funciona de forma análoga a um ‘restart’ de computador que permite ao cérebro voltar ao seu funcionamento normal e com os neurotransmissores mais equilibrados, relata o médico especialista em psiquiatria, José Antônio Rogoni Junior.
Indicações
– É indicado nos casos de depressão grave, com alto risco de suicídio;
– Depressão, que não respondem ao tratamento com antidepressivos;
– Psicose ou depressão catatônica (incapacidade de se mover);
– Depressão grave em idosos polimedicados e outras doenças clínicas;
– Mania ou síndrome psicótica em gestantes (segurança para o feto, pois não oferece risco de malformações e para a gestação);
– Intolerância aos efeitos adversos do tratamento medicamentoso;
– Pacientes que não se adaptaram ao uso de medicações;
– Depressão ou psicose na doença de Parkinson;
– Esquizofrenia refratária;
– Síndrome Neuroléptica Maligna;
– Transtorno Esquizoafetivo e outros transtornos mentais com indicação psiquiátrica.
O procedimento
Com a indicação clínica prévia de um médico psiquiatra, é realizada uma consulta onde são solicitados exames laboratoriais, conforme a necessidade de cada paciente. As aplicações de ECT são realizadas a nível ambulatorial, em jejum, sob anestesia e relaxamento muscular, oxigenação adequada e monitoramento cardiorrespiratório.
Geralmente são realizadas duas a três sessões por semana, até que haja uma melhora do quadro. Em média, de 6 a 12 sessões, sendo que o número exato de aplicações é definido pelo psiquiatra. O tratamento é feito em ambiente hospitalar, com anestesia geral rápida (sedação), que dura de 5 a 10 minutos. Não há nenhum desconforto ou dor, e o paciente tem alta no mesmo dia.
Regulamentação
A ECT é regulamentada no Brasil pela resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de número 2057/2013 e pelas diretrizes da AMB (Associação Médica Brasileira). É um procedimento médico reconhecido, nacional e internacionalmente, como uma opção terapêutica em psiquiatria.
Médicos que realizam o tratamento em Mato Grosso:
– Andréa Fetter Torraca CRM-MT: 3723, RQE: 1503 e 3863
– Carlos Renato de Lima Periotto CRM-MT: 7147, RQE: 2864
– José Antônio Rogoni Junior CRM-MT: 6338, RQE: 3970
Mais informações sobre o tratamento: contato@imect.com.br ou pelo site www.imect.com.br
Caroline Pilz Pinnow
DRT 1614 – MT