“Quando Daniel nasceu chorei muito sem saber o porquê. Mais tarde fomos comunicados que nosso filho era um garoto que não tinha os pés e nem as mãos.Choramos muito e pedimos forças a Deus. Quando pudemos nos levantar e ir ao seu encontro, aqueles corredores da Santa Casa pareciam não ter fim. Ao nos encontrarmos frente ao Daniel e passar a mão em sua pele ele sorriu. Jamais esqueceremos aquele momento emocionante, Daniel ficou uma semana na incubadora. Voltamos para nossa cidade de Camanducaia. O tempo foi passando. Comentários surgiram, mas fomos vivendo nossa vida”, o comentário descrito neste primeiro parágrafo é da senhora Rosana Dias, que descreve como foi o nascimento do seu filho, Daniel Dias, o maior atleta paraolímpico da história do esporte brasileiro.
A história de Daniel, nós sabemos como terminou, ele descobriu o esporte e aos poucos foi se destacando na natação até virar o atleta que é hoje, reconhecido internacionalmente pelo que é e pelo projeto que desenvolveu na piscina, atraindo seguidores e admiradores.
Daniel, graças ao esporte, venceu todo e qualquer tipo de preconceito, que deve ter sofrido em razão de suas limitações físicas.
No entanto, neste momento, onde os atletas paraolímpicos ganham notoriedade em razão dos jogos do Rio, é importante uma reflexão e a necessidade de maior apoio a eles. Um exemplo está na cobertura da grande mídia que não dá destaca necessário que essas pessoas merecem, esses jogos não tem uma grande cobertura ou uma narração empolgada dos astros da imprensa esportiva do país, talvez devemos criar o hábito deste tipo de competição em todas as esferas e fazer um grande trabalho de popularização.
Mas, o principal é todos nós cobrarmos um apoio maior para esses atletas, por parte do Governo Federal e pelas demais esferas do Poder. Já é passada a hora de termos um grande programa de incentivo ao esporte olímpico para pessoas com necessidades especiais, que realmente motive e atendem em todos os níveis.
Se sem um grande apoio nós já vemos um Daniel fazer e acontecer nas piscinas, imagine com apoio, o tanto de atletas nossos chegariam a esse nível.
O esporte paraolímpico, além de trazer resultados, pode trazer mais, pode levar aos nossos atletas o respeito e a dignidade que todos nós precisamos, independente das limitações físicas e intelectuais de cada um de nós possamos ter, pois já vimos que para Daniel e outros brasileiros que estão nestes jogos não há limites, eles estão enfrentando tudo e todos, mostrando para o Mundo quem são os verdadeiros super-heróis.
