POLÍTICA

Neuma de Morais inova e faz sucesso com canal no Youtube sobre a luta das mulheres

Com o objetivo de dar mais visibilidade às mulheres mato-grossenses, a primeira-dama de Rondonópolis, Neuma de Morais, decidiu inovar e está surpreendendo como entrevistadora. Ela abriu um canal no Youtube e uma vez por semana recebe uma convidada no programa ‘Mulheres que Lutam’ – que tem como tema central os diversos aspectos da vida das mulheres em nossa sociedade.

Os dois primeiros episódios foram com a educadora Priscila Xavier Scudder e com a vereadora cuiabana Edna Sampaio – duas mulheres negras que, mesmo com êxito obtido em suas áreas de atuação, são confrontadas frequentemente com situações de machismo e racismo.

“O programa foi pensando para ouvir mulheres com histórias de vida que nos inspiram a lutar pelos nossos direitos, pelo nosso espaço. É um lugar de ouvir e falar sobre essas mulheres que muitas vezes não tem voz nos lugares que ocupam”, disse Neuma de Morais ao explicar a iniciativa.

Pré-candidata a deputada federal pelo PSB, Neuma avalia que a divulgação da trajetória e dos pensamentos de mulheres que já têm uma atuação destacada pode ser um instrumento para ampliar o debate sobre preconceitos e desafios.

“A ideia é compartilhar experiências, melhorar a autoestima e incentivar a organização feminina na luta por uma sociedade com mais igualdade e menos violência”, resume.

PROGRAMAS

As entrevistas são exibidas sempre aos sábados, à partir das 19h00, e ficam à disposição dos internautas. Com um estilo leve, as convidadas falam sobre suas origens, relatam situações da vida pessoal e profissional e muitas vezes se emocionam ao revelar acontecimentos desconhecidos do grande público.

Foi o que aconteceu com a educadora Priscila Scudder. Intelectual renomada, com pós-doutorado e professora titular do curso de História da UFR, ela viu sua imagem atacada nas redes sociais após ser interrompida aos gritos durante uma palestra. O agressor tentava impedi-la de criticar a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) diante da pandemia.

Com a voz embargada pela dor, Priscila relembrou o episódio e contou que, como milhares de outros brasileiros que perderam familiares para a Covid-19, foi impedida de honrar o último pedido do pai.  “Eu identifico a falta de políticas públicas de Saúde naquele momento como parte das causas que levaram ao óbito dele, ninguém pode contestar isso”.

“Meu pai era pastor da igreja Batista, um pastor honesto, que nunca enriqueceu com a religião. Ele sempre disse que gostaria de ser velado na Igreja em que viveu. Mas saiu do hospital plastificado, não pudemos prestar nossas homenagens e nem honrar o seu pedido. Ele não teve o direito de ter os hinos que gostava cantados para ele, de estar na igreja onde sempre atuou. Esse direito nos foi roubado”, disse Priscila durante a entrevista.

Já a vereadora Edna Sampaio, que também é professora universitária (da Unemat), destacou as dificuldades impostas às mulheres de uma forma geral e, especialmente, na política. Segundo ela, essa participação reduzida nas instâncias de poder impede um combate mais efetivo ao machismo estrutural no país.

“Nós precisamos das mulheres no poder. Até a legislatura passada Cuiabá era a única capital que não tinha nenhuma mulher eleita, hoje nós temos duas. Ainda é pouco, mas é um começo. Precisamos ocupar mais esses espaços, por que temos a sensibilidade de ver as situações e soluções de forma mais ampla” compartilha Edna.

A próxima entrevistada do programa ‘Mulheres que Lutam’ será a jornalista Marisa Batalha, que hoje é diretora de redação do site O Bom da Notícia em Mato Grosso.

 

Eduardo Ramos – da Redação

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