Mato Grosso é o segundo Estado que mais pratica a compra de votos. É o que mostra um levantamento da Polícia Federal que traz um mapa dos crimes eleitorais mais cometidos em todo o Brasil. Entre os anos de 2006 e 2009, Mato Grosso apresentou 115 casos de compra de votos, atrás apenas de Alagoas, com 121.
O mapa dos crimes foi realizado com base no número de inquéritos policiais que cada superintendência da Polícia Federal nos 26 estados e Distrito Federal registrado no período analisado.
O número de inquéritos abertos para apurar compra de votos em Mato Grosso chegou a 254, porém, desses, apenas 115 pessoas foram indiciados. O Estado que menos registrou indiciamento por compra de votos foi o Piauí, com cinco casos.
O levantamento da Polícia mostra que os crimes eleitorais mais cometidos em todo o Brasil estão compra de votos, uso de título de eleitor falso, boca-de-urna e transporte ilegal de eleitores no dia da votação.
Esse crime, que tem pena de até quatro anos de cadeia, além de multa, levou ao indiciamento de 1.178 pessoas em todo o Brasil entre 2006 e 2009. Somando todos os crimes, a Polícia indiciou mais de cinco mil pessoas, baseada na legislação eleitoral.
A prática de compra de votos é a mais comum em Mato Grosso entre os crimes eleitorais. Prova disso é que na classificação geral de todos os crimes Mato Grosso não figura entre os primeiros. Enquanto é o segundo em compra de votos, juntando todos os crimes eleitorais, o Estado ocupa a nona posição.
Tocantins é o Estado que teve o maior número de crimes eleitorais, com 841; seguido por Rio de Janeiro, com 486; e Maranhão, com 408. O Amazonas foi o Estado com o menor número de indiciamentos, 25; seguido pelo Distrito Federal e Amapá, com 57 e 58 indiciamentos, respectivamente.
Naturalmente, os picos de abertura de inquéritos acontecem em época de eleição. Em outubro de 2006, período de campanha para a Presidência, governo do Estado, senador e deputados, o número de inquéritos tipificados em crimes eleitorais em todo o Brasil chegou a aproximadamente 750. Em outubro de 2008, época de eleição municipal, com escolha de prefeitos e vereadores, os indiciamentos chegaram a 1.750. Em contrapartida, em novembro de 2007 e 2009, anos sem pleito eleitoral, o número de inquéritos é praticamente nulo.
Nesta eleição, muitos candidatos vão concorrer sub judice, pois já foram condenados por compra de votos, a exemplo da deputada estadual Chica Nunes (DEM) e Gilmar Fabris (DEM). O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pode realizar eleições suplementares em cinco municípios porque os prefeitos eleitos em 2008 foram cassados por abuso de poder econômico e compra de votos. Em Santo Antônio de Leverger, a nova eleição já aconteceu e em Ribeirão Cascalheira já está com a data marcada. Mas o TRE ainda aponta para a substituição de prefeitos em Poconé, Matupá e Campos de Júlio.
Fonte: Agora MT