O Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso solicitou à Polícia Federal que investigue a participação do senador Blairo Maggi (PR) e do ex-deputado federal Carlos Abicalil no dossiê dos aloprados do PT.
O pedido foi feito após a revista Veja divulgar reportagem baseada nas declarações do secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Expedito Veloso, que integrou o núcleo central da campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006.
Numa conversa com petistas, Veloso deu detalhes de toda a negociata feita para prejudicar Antero Paes de Barros (PSDB) e Serys Slhessarenko (PT) que ocupavam mandato de senadores e foram candidatos ao Palácio Paiaguás em 2006. Todo o teor das declarações deverá ser investigado pela PF.
"O Abicalil já tinha negociado com o Blairo Maggi para f…. a Serys e o Antero. Pagaram R$ 2 milhões para incluir os dois (Serys e Antero) indevidamente na lista dos sanguessugas. Saiu uma reportagem antes da eleição que arrebentou os dois. O pessoal pensou assim: ‘agora só sair outro igual que arrebenta com Serra também", revela parte conversa conforme reportagem de Veja.
O inquérito da Polícia Federal que investigou a compra de um dossiê por militantes do PT para envolver adversários políticos na máfia das sanguessugas foi concluído em 2007. Mas, até o momento, não foi oferecido denúncia ao Judiciário.
A assessoria de imprensa do MPF informou que todo o conteúdo da investigação está na Justiça Federal em obediência aos tramites processuais. Anteriormente, o responsável era o procurador da República, Mário Lúcio Avelar, que foi transferido para Goiás. Após toda a documentação retornar, será distribuído a um novo procurador.
A investigação da Polícia Federal é considerada um dos episódios mais emblemáticos. Houve diligências, quebra de sigilo bancário e telefônico dos envolvidos e apreensão de R$ 1,7 milhão de reais em notas de real e dólar, mas, a origem do dinheiro nunca foi descoberta.
Histórico
O escândalo dos aloprados é o nome dado à prisão em flagrante, em 15 de setembro de 2006, de militantes do PT acusados de comprar um falso dossiê de Luiz Antônio Vedoin, para envolver o nome de políticos do PSDB na máfia das sanguessugas, esquema de desvio de dinheiro de emendas parlamentares por meio de ambulâncias superfaturadas.
O plano seria envolver o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na lista dos suspeitos, para ajudar a candidatura do petista Aloizio Mercadante. Também havia acusações contra o então candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin.
As investigações e depoimentos dos suspeitos colhidos pela PF revelaram que o conteúdo do dossiê contra políticos do PSDB era falso.
Outro lado
O senador Blairo Maggi informou, em entrevista à própria revista Veja, que "essa prática de divulgar dossiês nunca pertenceu ao meu estilo de trabalho". O ex-deputado Carlos Abicalil destacou que "nunca elaborou dossiê e nunca participou desse tipo de trama nem hoje e nem no passado".
Fonte; MIDIA NEWS
