O senador José Medeiros (PSD-MT) afirmou que sentiu “vergonha alheia” ao ver colegas parlamentares brasileiros usarem a reunião da Assembleia Parlamentar Euro-Latino Americana (EuroLat), ocorrida nesta semana em Portugal, para denunciar o suposto “golpe” que estaria acontecendo no Brasil, após o Senado Federal abrir o processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff.
Em pronunciamento, ocorrido na manhã desta sexta-feira (20.05), José Medeiros, que também participou do EuroLat, afirmou. “Isso é apenas um desserviço ao País! Aqueles que saem do Brasil para defender a tese do golpe afugentam os investidores internacionais”, lamentou.
José Medeiros disse ainda que a maior parte dos parlamentares da Europa e da América Latina consideram que a democracia não está ameaçada no Brasil. “Tirando os bolivarianos e os petistas que ali estiveram, ninguém está preocupado com essa história”, afirmou.
O senador mato-grossense, ao criticar o uso da palavra “golpe” para definir o processo de impeachment, destacou que impedimento de Dilma Rousseff tem seguido todo o devido processo legal. “Estão criando um clima de vitimização. No Brasil, neste momento, tudo está em seu lugar. As instituições estão sólidas, a democracia não está em risco e não existe golpe”, disse.
Embaixador – Durante o discurso, Medeiros citou a fala do embaixador dos EUA na OEA (Organização dos Estados Americanos), Michael Fitzpatrick, que rechaçou a afirmação de países membros da entidade como Venezuela, Bolívia e Nicarágua, de que há um “golpe” em curso no Brasil.
“Ontem, de forma muito lúcida e direta, como é próprio dos norte-americanos, o embaixador norte-americano disse claramente para a imprensa mundial: ‘no Brasil está correndo um processo legal, a democracia está normalmente acontecendo e as instituições estão fortes e sólidas”, destacou.