“O grande artífice disso tudo foi ele (Lula). Digo isso, para quebrar o atual discurso do PT de tentar plantar na mídia a ideia de que a prisão é política e de que neste momento Lula é um preso político. Isso é de uma irresponsabilidade muito grande porque não é verdade”. Esta foi a avaliação, em tom sereno, que o senador José Medeiros (PPS-MT) fez, na manhã desta sexta-feira (04), para a repercussão dada para a condução coercitiva do ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve de prestar esclarecimentos ao Ministério Público Federal (MPF) sobre indícios de pagamentos indevidos a empresas ligadas a ele na ordem de R$ 30 milhões.
Para Medeiros, a tentativa de desqualificar os fatos e demonizar o próprio judiciário e a Polícia Federal, a mídia, a oposição ou mesmo delatores, como é o caso do senador Delcídio do Amaral (PT) – até poucos dias atrás líder do Governo no Senado – acentua o projeto único de perpetuação de poder do Partido dos Trabalhadores, assim como historicamente tentaram outros grupos políticos mundo à fora na tentativa de passar por cima do que fosse para alcançar seus objetivos. O parlamentar lembrou a época de estudante e da força do discurso carregado do PT, naquela época, de combate a corrupção. Medeiros citou Stalin e Lenin, que não tiveram êxito ao executar, no passado, um projeto de poder a qualquer preço, para criticar que Lula vendeu ao país um peixe que não entregou.
“Em 1989 eu entrava na faculdade e com o sangue efervescente clamando por mudança naquele momento, pulsando nas veias, tínhamos o Lula como líder, como estrela a ser seguida. O projeto cresceu, e aquele discurso lastreado, cantado em versa e prosa por Lula, de combater a corrupção para melhorar a vida da gente era repetido por nós como um mantra, quase uma religião. (…) As bases, as pilastras daquele projeto de comunismo eram justamente que os fins justificavam os meios (…) Este depoimento coercitivo dele (Lula) que, creio, simboliza definitivamente o fim daquele sonho, daquele projeto, mas é justamente isso: desmorona porque o alicerce não era bom, desmorona porque era um arremedo de uma coisa que já não tinha dado certo”, ilustrou.
O senador disse que não há alegria na oposição e não deve haver em nenhum brasileiro por tudo que está ocorrendo. “Não existe comemoração, não existe ninguém aqui sapateando em túmulo alheio. O presidente Lula construiu a sua trajetória, a sua ascensão com as suas palavras, com o seu discurso, e construiu o seu declínio com o seu discurso e com os seus atos (…) Ele foi a maior liderança dos últimos tempos no Brasil. Querido aqui dentro e lá fora (…) Agora há pouco, eu vi o twitter de alguns dos mais renomados comunicadores deste país, sentido, e, de certa forma, até fazendo uma defesa porque o ex-presidente Lula ainda goza do carinho de boa parte dos brasileiros, mas não goza da solidariedade em seus desmandos. Essa é a grande realidade”, acrescentou.