Me tornei líder, e agora?

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Muita gente que ambiciona chegar ao posto de gestor encara um duro cenário quando essa aspiração se torna realidade: não possui o preparo necessário para absorver prontamente a alteração significativa na natureza da função que exerce.

Durante um bom período, é comum o novo líder realizar sua gestão por tentativa e erro, atuando de forma pontual em cima dos problemas que ocorrem. Normalmente o aprendizado vem de experiência com outros líderes da empresa e informações buscadas em cursos, livros e internet.

É comum fazer capacitação em liderança, quando não se sabe questões básicas, como definição de metas e técnicas de entrevista. O primeiro passo, então, ao assumir o cargo deve ser descobrir quais são as atuais responsabilidades e funções, pois não basta ter o perfil e comportamento adequado, também precisa ter técnicas para obtenção de resultados.

Outra necessidade é conhecer a nova rotina de trabalho do ponto de vista individual e perante a equipe. Além disso, é fundamental entender a mudança do modelo atual e os resultados que o seu time deve alcançar na empresa. O líder deve focar em três pontos principais: saber como alcançar metas, conhecer a equipe e promover uma cultura de alto desempenho.

Para acelerar a transição, me parece o modelo ideal, a agenda do líder proposta pelo consultor e escritor Vicente Falconi, onde a ideia principal do líder deve ser: ‘liderar é bater metas consistentemente, com o time fazendo certo’. Mas, para isso, é preciso saber estabelecer metas desafiadoras que levem o time para outro patamar.

Também é importante avaliar constantemente os resultados, identificar lacunas e entender possíveis desvios, traçar planos de ação para alcançar os objetivos e saber analisar os processos, corrigir problemas e melhorar continuamente. Outro ponto fundamental é conhecer o time. O líder deve saber recrutar e selecionar pessoas e identificar talentos.

Ele ainda precisa se envolver cotidianamente no treinamento da equipe, para identificar pessoas que precisam melhorar. Deve conseguir promover a meritocracia, fazendo uma avaliação de desempenho honesta e construtiva que possibilite o crescimento de cada colaborador. Claro que tudo isso tira a todos da zona de conforto, mas promove crescimento!

Mesmo com tantos esforços, há casos em que deverá lidar com uma tarefa crucial: saber demitir. O próximo e último desafio na agenda do líder é estimular a cultura de alto desempenho, fazendo com que a equipe não fique satisfeita com o aceitável e busque superar desafios, para tanto, é essencial racionalizar a tomada de decisões baseada em fatos e dados, definindo indicadores de desempenho e análises de cenários.

Pode parecer óbvio, mas é imperativo implantar uma cultura da honestidade intelectual em que todas as pessoas do time, incluindo o líder, não tenham receio em admitir suas falhas e se sintam à vontade para falar quando não possuem o conhecimento necessário para realizar uma tarefa.

Outro ponto importante é manter uma comunicação objetiva, clara e honesta, que permita o melhoramento contínuo dos processos a partir da correção de problemas existentes. Tudo isso combinado ao alinhamento de valores da empresa, ou seja, líder e empresa têm de caminhar juntos para um objetivo comum.

Como podem ver, são tantas habilidades exigidas que ninguém ‘vira’ um líder da noite para o dia, pois se trata de um processo trabalhoso com horas de estudo, treinamento e prática.

Se não tiver outro jeito, corra atrás do prejuízo e busque ajuda emergencial. Mas o ideal é estar preparado antecipadamente para as oportunidades. Sabia que há treinamentos de gestão que podem apoiar você a consolidar seu papel como líder? Pense nisso!

*Kelly Nunes, Administradora pela UFMT, MBA em Gestão Estratégica Avançada pela UFMS, Título de Coordenadora em Dinâmica dos Grupos pela SBDG, 23 anos de experiência em gestão empresarial, processos e planejamento estratégico e sócia